Araújo chama de "golpe" interferência da Mesa da Câmara no Conselho de Ética

Publicado em 09/12/2015, às 17h00
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Redação


Depois de tumulto que se transformou em bate-boca generalizado, o presidente do Conselho de Ética, José Carlos Araújo (PSD-BA), encerrou a sessão alegando que não havia mais clima para continuar os trabalhos. Araújo quer fazer ainda nesta quarta-feira, 9, o sorteio da lista tríplice de onde sairá o substituto do deputado Fausto Pinato (PRB-SP) para a relatoria do processo disciplinar contra o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ).

Araújo classificou como "golpe" a decisão do vice-presidente Waldir Maranhão (PP-MA) de retirar Pinato da função. "Acho que isso é golpe. Não podemos continuar numa Casa em que a cada instante reformula-se as decisões", desabafou.

Membros da Mesa Diretora reclamaram por não terem sido avisados previamente da decisão de Maranhão de destituir Pinato da relatoria do processo contra Cunha. Eles afirmaram que o assunto não foi discutido durante a reunião da Mesa desta tarde e dizem que só ficaram sabendo da decisão pela imprensa já durante o encontro.

"O assunto nem foi colocado na reunião. Foi uma decisão monocrática", afirmou Luiza Erundina (PSB-SP). Na avaliação da deputada, a decisão de Maranhão foi mais uma "manobra" de Cunha para interferir no processo contra ele no colegiado. O peemedebista é alvo de representação por quebra de decoro parlamentar no colegiado sob suspeita de ter mentido à CPI da Petrobras ao dizer que não tinha contas secretas na Suíça.

A deputada Mara Gabrilli (PSDB-SP) ressaltou que a decisão do vice-presidente da Câmara foi monocrática, pois ele sequer participou da reunião. "Dizer que foi decisão da Mesa é uma viagem", disse. Ela evitou, contudo, avaliar a decisão de Maranhão como uma "manobra" de Cunha para se salvar no Conselho de Ética.

O primeiro secretário da Mesa, deputado Beto Mansur (PRB-SP), afirmou que durante a reunião da Mesa foram tratadas apenas questões administrativas da Casa, como a divisão de apartamentos funcionais, abonos de faltas e viagens para missões oficiais. "Absolutamente nada disso (decisão sobre Pinato) foi discutido na reunião da Mesa", disse.



Fonte: Agência Estado


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