Após sepultamento, família cobra respostas sobre morte de menino em UPA

Publicado em 18/01/2022, às 17h15
Reprodução -

Redação TNH1

O corpo do menino Carlos Miguel Ferreira do Nascimento, de apenas 10 anos de idade, foi velado e sepultado sob forte comoção de amigos e familiares nesta terça-feira, 18, na zona rural de União dos Palmares, na Zona da Mata de Alagoas. Imagens feitas por parentes e amigos registraram os momentos de despedida. "Por causa de negligência médica estamos aqui. Isso não é justo, minha gente", desabafa uma mulher em um dos vídeos.

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A família informou que a cópia do prontuário do menino foi solicitada à unidade de saúde, mas que até agora o documento não foi liberado . "Queremos saber quais medicamentos foram dados ao meu sobrinho e o que causou a morte dele. Eles inventaram desculpas, ficaram enrolando e para gente muita coisa está em aberto. Nós só queremos saber exatamente o que aconteceu, pois meu sobrinho era uma criança muito saudável", afirmou ao TNH1 a tia de Miguel, Lays Souza de Araújo.

Ainda de acordo com a tia do menino, ontem mesmo a família foi até a delegacia do 5º Distrito para registrar um boletim de ocorrência. A direção do Serviço de Verificação de Óbito (SVO) informou na tarde desta terça-feira, 18, que a morte do menino foi causada por Síndrome Infecciosa Febril "a esclarecer".

"A Secretaria de Estado da Saúde (Sesau) esclarece que determinou a apuração dos fatos relacionados aos atendimentos dos pacientes I.T.S., de 7 anos, e C.M.F.N., de 10 anos, na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) Tabuleiro, e que tomará as medidas cabíveis, caso necessárias, após a conclusão do processo", disse a Sesau em nota.

O caso - A Polícia Civil está investigando as mortes de duas crianças após suposta negligência durante atendimento na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) do Tabuleiro do Martins, na parte alta de Maceió. 

A morte mais recente aconteceu nessa segunda-feira (17), após o menino Carlos Miguel Ferreira, de 10 anos, dar entrada na UPA Tabuleiro com dores de dente e morrer ainda no local. Ao TNH1, o promotor de Justiça Magno Moura, que está atuando no caso enquanto presidente do Conselho Estadual de Defesa Direitos Humanos, informou que é preciso entender "o absurdo de uma criança entrar na unidade com dor de dente e evoluir para óbito".

Uma segunda morte citada pelo promotor é da menina Isabelly do Santos, de 07 anos, que deu entrada na UPA no último dia 02 com febre e dores no corpo, foi atendida e recebeu alta. Dias depois, a menina voltou a passar mal e retornou à UPA onde foi novamente liberada pela equipe médica. Insatisfeitos, após a segunda alta, familiares levaram a menina ao Hospital Geral do Estado (HGE), onde ela morreu logo em seguida.

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