Cristina Padiglione/Folhapress
Silvio Santos, morto aos 93 anos neste sábado (17), teve tempo de trabalhar o processo de sucessão de suas empresas e de sua herança, avaliada em mais de US$ 1 bilhão, inclusive com a ajuda de consultorias especializadas no assunto. A discussão, que se deu em várias etapas, envolveu sua mulher, Íris Abravanel, e as filhas Cintia, Silvia, Daniela, Patricia, Rebeca e Renata.
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Os outros braços do Grupo Silvio Santos, como a Jequiti, o Hotel Jequitimar, no Guarujá, a Liderança Capitalização, responsável pela TeleSena, o Baú da Felicidade e a Sisam, empreendimentos imobiliários, não tiveram seus destinos divulgados na partilha antes da morte de Silvio. SBT Em comum acordo, o SBT teve sua propriedade transferida em 2017 para as filhas Daniela -a número três, como ele gostava de chamar- e Renata -a número seis, nomeada em 2020 para assumir a presidência do Grupo Silvio Santos.
Silvio comunicou que estava transferindo o SBT em uma gravação do Troféu Imprensa, em abril de 2017. Dois meses antes, o então presidente Michel Temer, do MDB, havia publicado quatro decretos no Diário Oficial da União que autorizavam a "transferência indireta" e "modificação do quadro diretivo" das concessões dos sinais de transmissão do canal em São Paulo, Rio de Janeiro, Porto Alegre e Brasília. Apesar de a documentação ter assegurado o patrimônio a elas, Silvio teve usufruto da televisão até sua morte, algo que ele honrou, interferindo na programação sempre que lhe parecia necessário.
AS FILHAS DE SILVIO SANTOS Formada em administração de empresas pela Liberty University, na Virgínia, nos Estados Unidos, Renata se preparou para gerir o grupo do pai. Enquanto isso, Daniela, antes de ser alçada à vice-presidência do SBT em 2023, exerceu o cargo de diretora artística do canal, tendo criado alguns dos programas que ganharam vaga fixa na programação. Ela, no entanto, tinha se afastado em razão da maternidade e, depois, de divergências profissionais com o pai, que sempre deu a última palavra, muitas vezes contrariando os projetos da filha.
Entre 2011 e 2012, pouco depois de se livrar do Banco PanAmericano, Silvio teria distribuído um valor em torno de R$ 100 milhões para cada uma de suas seis filhas. Silvio deu duas casas a Cintia e Silvia, as duas filhas de seu primeiro casamento -com Maria Aparecida Vieira, morta com um câncer em 1977. Os imóveis ficam na rua Leiria, próximas ao parque Ibirapuera, região nobre de São Paulo, como patrimônio acumulado durante sua união com a ex-mulher. As outras filhas foram contempladas com casas em Alphaville e em Orlando, onde ele mesmo passava férias com Iris todo início de ano.
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