Apesar de transtorno, MP pede condenação de mulher que matou os filhos

Publicado em 19/03/2018, às 10h33

Redação

O promotor de Justiça Antônio Villas Boas, do Ministério Público Estadual (MPE), que acusa Arlene Régis dos Santos de duplo homicídio triplamente qualificado pela morte dos dois filhos, pediu a condenação da ré durante o julgamento nesta segunda-feira (19), apesar de ela sofrer de um transtorno mental confirmado por laudo psiquiátrico.

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O júri ocorre na 8ª Vara Criminal de Maceió, no Fórum do Barro Duro, em Maceió, presidido pelo juiz John Silas da Silva.

De acordo com a denúncia do MPE, Arlene deu Rivotril para os três filhos na noite que antecedeu o crime. Por volta das 3h de 29 de setembro de 2009, ela estrangulou Antony Pedro Santos Nobre, 7 anos, e esfaqueou Abelardo Pedro Neto, 12. Ainda começou a estrangular o terceiro filho, Arlanicson Pedro Santos Nobre, então com 15 anos, mas desistiu e ele fugiu.

“Ela deve ser levada a julgamento e cumprir pena como qualquer um. Lembrando que transtorno é diferente de doença mental”, observou Villas Boas. “Ela não estava inteiramente incapaz de entender o que estava fazendo. Entendemos que ela quis se vingar do marido”, concluiu o promotor.

Defesa discorda

Para o advogado de defesa, Cristiano Barbosa Moreira, o laudo que comprova o problema mental fez cair a tese da acusação. “O laudo também confirma que ela não é sociopata e nem sequer planejou o crime, mas reafirma que ela é doente e não merece prisão, mas tratamento médico”, disse.

O psiquiatra Ronaldo Sarmento, responsável pelo laudo pericial, confirmou que Arlene possui um transtorno de personalidade, subtipo Boderline. “O sintomas são de instabilidade de afeto, emoções, humor instável, acessos de cólera e perturbação da autoimagem”, explicou Sarmento. “Para estes pacientes, ser abandonado pode ser um gatilho para atos intensos”, acrescentou o especialista.

Arlene encontra-se atualmente internada provisoriamente no manicômio judiciário. Ao chegar ao júri, ela não soube responder ao juiz o nome de seu defensor ou soletrar seu próprio nome.

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