Ângela Garrote teria ameaçado vítima 15 dias antes da morte, diz promotor

Publicado em 16/05/2017, às 12h12

Redação

Acusada de mandar matar José Roberto Rezende Duarte em março de 1999, a ex-prefeita de Estrela de Alagoas, Ângela Garrote, é julgada nesta terça (16) por homicídio duplamente qualificado pela 9ª Vara Criminal de Maceió. O julgamento começou na manhã de hoje e deve terminar ao final do dia.

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Segundo o promotor José Antônio Malta Marques, a vítima teria recebido uma visita de Ângela quinze dias antes de ser assassinada. A ex-prefeita teria ameaçado José Roberto de morte, na presença de várias testemunhas, dizendo que ele ‘não tardava por esperar’, segundo a acusação.

“A promotoria vai puxar todas as provas que tem nos autos que dão a convicção plena da culpabilidade da ré, e vamos pedir a condenação dela por homicídio doloso duplamente qualificado”, afirma Malta Marques.

O promotor explica também que não ouviu nenhuma das testemunhas, pois duas das três indicadas na investigação desapareceram. "Foram feitos todos os esforços possíveis para encontrá-las, mas sem sucesso", disse. Já a terceira testemunha foi dispensada, porque no julgamento marcado em dezembro ela foi vista conversando com a família de Ângela e teria dito que iria alterar a história.

Defesa nega ameaça

Raimundo Palmeira, advogado de defesa da ré, refutou a afirmação da promotoria sobre a suposta ameaça. “O que aconteceu foi uma pequena discussão na época da campanha, meses antes da morte do Roberto, pois ele a provocava em entrevista e ela falava que ‘daria o troco’. Mas no decorrer do tempo até a morte, os dois voltaram a se relacionar normalmente”, declara.

(Crédito: TNH1 / Larissa Costa)

O advogado também disse que a principal e única sustentação da defesa é a da negativa de autoria. Segundo ele, outro promotor do Ministério Público Estadual já havia se manifestado oficialmente sobre o caso, e foi em favor de Ângela. "O promotor presente pode até discordar, por uma questão pessoal", afirmou ao TNH1.

O caso

O crime ocorreu no povoado Canafístula, zona rural de Palmeira dos Índios. De acordo com a denúncia oferecida pelo Ministério Público (MP/AL), a vítima foi assassinada a tiros por três homens que se passavam por policiais.

O homicídio teria sido encomendado por Ângela Garrote, na época primeira-dama de Estrela de Alagoas. Ainda segundo o MP/AL, o assassinato ocorreu porque José Roberto Duarte teria denunciado, junto aos meios de comunicação, supostas irregularidades de Ângela Garrote e do marido dela à frente da Prefeitura.

A defesa da ré alega que ela não teve envolvimento com o crime. Ângela Garrote foi pronunciada em maio de 2013 e é julgada por homicídio duplamente qualificado (mediante paga ou promessa de recompensa e à traição, por emboscada ou mediante recurso que impossibilitou a defesa da vítima).

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