Amiga e sócia de Gusttavo Lima quebra silêncio sobre acusação: 'Erro de interpretação'

Publicado em 24/09/2024, às 23h50
Foto: Reprodução/Redes Sociais -

O Globo

Aislla Sabrina Rocha fez o primeiro post nas redes sociais desde que a Operação Integration foi deflagrada. Ela e o marido, José André Rocha Neto, são sócios da Vai de Bet, casa de apostas que Gusttavo Lima tem participação de 25%. Apesar da ordem de captura, os dois não se entregaram e chegaram a ser considerados foragidos, motivo que levou a juíza Andréa Calado da Cruz determinar a inclusão dos nomes na difusão vermelha da Interpol. Nesta segunda-feira, a Justiça de Pernambuco concedeu a eles habeas corpus. Pelo Instagram, Aislla afirmou que a família foi acusada "injustamente" e confirmou ter ficado longe dos filhos.

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O que aconteceu?

Em 4 de setembro, dia em que a operação foi deflagrada, Gusttavo Lima, Rocha Neto e Aislla estavam na Grécia, num iate de luxo, para celebrar aniversário do cantor. Rocha Neto e Aislla viajaram no avião do sertanejo de Goiânia até o país europeu. Em 7 de setembro, a aeronave retornou ao Brasil, sem o casal a bordo. As autoridades apuram se o cantor agiu para acobertar os amigos, o que ele nega, e suspeitam que o casal tenha ficado na Europa. Aislla postou que não teve chance de se defender.

"Os últimos dias foram difíceis e dolorosos, cheios de acusações e injustiças, mas o mais desafiador foi a distância dos meus filhos", escreveu ela, na publicação, à qual acrescentou versículos bíblicos e agradecimentos a amigos e parentes. "Jamais imaginei passar por algo assim: ser acusado injustamente de algo que não fiz, sem qualquer chance de defesa ou explicação".

O que disse sócia de Gusttavo Lima?

Na postagem, Aislla disse que a operação "não tem qualquer relação" com a Vai de Bet ou com o casal. Segundo ela, o que ocorreu foi um "erro de interpretação" da Justiça pernambucana.

"Ao investigar uma banca de jogo do bicho e uma casa de apostas em Recife, que usa o mesmo método de pagamento que o nosso, os investigadores deduziram que éramos 'laranjas' dessa casa de apostas — que, por sinal, é nossa concorrente. Primeiro nos acusam e prendem, para só depois descobrirem a verdade: nunca estivemos envolvidos com jogos irregulares", destacou, sem citar diretamente a Esportes da Sorte, outro alvo da Operação Integration.

A mulher afirmou que a casa da família foi invadida e que os filhos estão sem ir para a escola. Tudo, segundo ela, "sem razão". Aislla disse que sua empresa atua com "esforço e honra" e é um "orgulho" para o país por promover o "jogo responsável" e empregar centenas de pessoas.

Alvos de operação

Para policiais, José e Aislla, ao deixarem Atenas, podem ter ido para Cavala, também em território grego, ou para as Ilhas Canárias, na Espanha. Essas foram as duas localidades em que o voo de volta, com Gusttavo Lima a bordo, fez escalas.

Após decretar a prisão preventiva de Gusttavo Lima, na tarde desta segunda-feira, a juíza Andrea Calado da Cruz, do TJPE, afirmou que o cantor demonstrou “alarmante falta de consideração pela Justiça” ao, conforme sustentam policiais, dar “guarida a foragidos”. Ele é suspeito de ajudar na "fuga" dos dois investigados.

Por que Gusttavo Lima teve prisão decretada?

Gusttavo Lima é sócio da Vai de Bet, de acordo com decisão do Tribunal de Justiça de Pernambuco publicada nesta segunda-feira. Conforme a sentença que determina a prisão do artista, ele comprou 25% da casa de apostas online.

"NIVALDO BATISTA LIMA adquiriu uma participação de 25% na empresa Vai de Bet, o que acentua ainda mais a natureza questionável de suas interações financeiras. Essa associação levanta sérias dúvidas sobre a integridade das transações e a legitimidade dos vínculos estabelecidos", diz trecho da decisão judicial. Gusttavo também é garoto-propaganda da casa de apostas.

Rocha Neto é um empresário da Paraíba, dono de pelo menos mais uma empresa associada a Gusttavo Lima: a JMJ, que realizou a compra de um avião que pertencia à Balada Eventos e Produções, empresa do cantor. Segundo reportagem do Fantástico, da TV Globo, a Balada participou da lavagem com empresas de Rocha Neto. O CNPJ ligado ao cantor teve R$ 20 milhões, além de imóveis e embarcações, bloqueados pela Justiça.

Em nota, a defesa do empresário afirmou que não há qualquer indício da participação dele em atos ilícitos e que o patrimônio é “declarado e regular”. Já o advogado de Gusttavo Lima disse em nota que a Balada “apenas vendeu um avião a uma das empresas investigadas”.

Para a juíza do TJPE, a ausência do casal no retorno com Gusttavo “indica de maneira contundente que optaram por permanecer na Europa para evitar a Justiça”. E, além disso, Andréa afirma que, se tiver participado da evasão de José e Aislla, conforme indica a polícia, Gusttavo agiu com “conivência”, o que “compromete a integridade do sistema judicial, mas também perpetua a impunidade em um contexto de grave criminalidade”. Na mesma decisão, a magistrada diz que os jogos “destroem famílias”.

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