Deborah Freire com TV Pajuçara
Estudantes da Escola Estadual Tiradentes, da Polícia Militar, em Maceió, com idades entre 12 e 16 anos, foram levados para a Central de Flagrantes na tarde dessa terça (31), por suspeita de praticarem atos libidinosos.
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De acordo com a denúncia feita por uma policial militar funcionária da instituição, nove alunos, sendo sete meninos e duas meninas, estavam reunidos em uma área da escola, e alguns deles trocavam carícias e beijos. Ela identificou a situação como suspeita de estupro de vulnerável, que é o ato libidinoso, ou conjunção carnal praticada com menor de 14 anos, e decidiu levar o caso à Polícia Civil.
Ao delegado plantonista, Antônio Carlos Machado, a militar informou que filmou toda a situação e mostrou as imagens. No entanto, em entrevista ao TNH1, ele disse que nas imagens não ficou claro o ato infracional cometido pelos adolescentes.
“Se eu tivesse certeza, teria feito o flagrante, mas não senti convicção para isso. As imagens não são conclusivas”, relatou. “Foi feito um Boletim de Ocorrência, que foi enviado para a Delegacia de Menores, para ser apurado. O fato também foi noticiado à promotora [da Infância e da Juventude] Alexandra Beurlen para averiguação”, concluiu.
Para o delegado, a medida da militar foi correta tendo em vista que ela constatou a suspeita e levou à Polícia Civil. De outra forma, ainda segundo Machado, ela poderia correr risco de estar cometendo prevaricação, que é uma irregularidade cometida por servidor público.
Pais alegam constrangimento
Os pais dos alunos também foram chamados pela direção até a Central de Flagrantes e classificaram a medida da escola como constrangedora.
Dirlane Freitas de Oliveira, mãe de um dos alunos, concedeu entrevista ontem à noite à TV Pajuçara, em nome dos pais, e hoje conversou novamente com a redação. Ela disse que pelas imagens viu um beijo entre um menino e uma menina, ambos de 13 anos, e os restantes dos adolescentes estavam próximos fazendo “algazarra”.
“Eu estava trabalhando quando recebi a ligação informando que meu filho seria encaminhado à Central de Flagrantes. Pra trazer um adolescente pra um ambiente desses, imaginei que tinha sido algo muito sério”, defende.
A mãe ainda reclama que os estudantes foram filmados por cerca de 30 minutos e que não houve uma intervenção rápida das militares na escola. “Em vez de, quando visualizaram, terem ido até os alunos e os repreendido, chamado os pais, ficaram no celular filmando. Duas militares filmaram os alunos durante 30 minutos”, diz.
Os pais de alunos alegaram ainda que pretendem entrar com uma ação judicial contra a escola. “É um constrangimento você estar no trabalho e ter que sair porque seu filho de 14 anos foi levado à Central de Flagrantes. A militar falou que fez a parte dela, que o correto é esse, mas o delegado mostrou que não vai autuar”.
O coronel Azevedo, diretor da Escola Tiradentes, disse que vai esperar se inteirar do caso para se pronunciar.
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