Alagoana lança inteligência artificial que ajuda a reconhecer casos de assédio e violência de gênero

Publicado em 30/08/2024, às 11h43
Treinada para tratar casos sensíveis com empatia e leveza, esta plataforma de IA permite com que as mulheres dialoguem de forma segura e anônima sobre suas experiências | Foto: Freepik -

Assessoria

Em Alagoas, uma inteligência artificial se destaca como uma forte aliada no combate à violência doméstica. Sandy, uma IA desenvolvida para identificar e reportar casos de assédio e violência de gênero, foi lançada para apoiar mulheres em todo o país. De acordo com dados do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, só em 2022 foram 30 milhões de casos reportados no Brasil, o que significa um caso por segundo. 

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No entanto, uma grande parcela desses casos nunca chega às autoridades, com uma taxa de denúncia que não ultrapassa os 40%. O medo do julgamento e a falta de confiança nas medidas protetivas são obstáculos consideráveis. A Sandy é uma resposta direta a esses desafios. 

Treinada para tratar casos sensíveis com empatia e leveza, esta plataforma de IA permite com que as mulheres dialoguem de forma segura e anônima sobre suas experiências, ajudando-as a identificar situações de abuso e a tomar as medidas legais necessárias e de acordo com o protocolo de cada município. Uma pesquisa recente publicada pelo Instituo Patrícia Galvão mostra ainda que 36% das mulheres disse já ter sofrido assédio, mas quando apresentadas às reais situações, o número sobe para 76%. 

Idealizadora da startup Sandora, Meline. Foto: Divulgação

Como surgiu a Sandora? A idealizadora da startup Sandora, Meline Lopes, conta que a ideia surgiu como forma de ajudar outras mulheres a atravessarem situações como as que já lhe aconteceram.

“Somos tão comumente violadas que nem normalizamos algumas atitudes críticas. Eu fui filmada por um homem na academia e eu não sabia nem o que aquilo significava, de fato, nem queria me expor a ir até uma delegacia, só queria entender o que tinha acontecido e diminuir um pouco a sensação de impunidade”, afirma.  A missão da Sandy também é de educar levando informação para as vítimas. 

Além disso, ela também mostra os meios seguros para a mulher percorrer. "Nosso objetivo é fortalecer as mulheres para que elas possam falar sem medo, em anonimato, entendendo suas opções, sendo encorajada a seguir a diante”, diz Meline. 

Serviços de emergência  - Em breve, a plataforma também permitirá acionar os serviços de emergência de maneira integrada e automatizada, além de contar com atualizações de acessibilidade, permitindo transcrição de áudio e leitura de sinais.  "A iniciativa também vem acompanhada por campanhas educacionais e workshops por parte da startup, queremos não apenas ajudar as vítimas, mas também educar a comunidade sobre a gravidade do assédio e da violência de gênero, promovendo uma mudança cultural profunda", afirma Meline. Para mais informações sobre como acessar e utilizar a Sandy, visite www.sandora.me.

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