Advogada denuncia que foi ameaçada e agredida por ex-marido de cliente dentro do Fórum

Publicado em 11/04/2024, às 10h16
Divulgação -

TNH1 com Assessoria

Uma advogada criminal, que teve a identidade preservada, denunciou o ex-marido de uma cliente por ameaça, agressão e tentativa de suborno, no Fórum do Barro Duro, em Maceió. A OAB (Ordem dos Advogados do Brasil) em Alagoas está acompanhando o caso, que aconteceu na tarde da última terça-feira, 09.

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Segundo o relato da vítima, ela estava na lanchonete do local com os clientes que passariam por uma audiência, quando o suspeito, que é parte do processo, chegou e sentou-se a uma mesa próxima. A mulher disse que estranhou a presença e ficou em alerta, por conta do histórico de agressividade dele. Quando estava saindo, ele a abordou em uma parte com pouca movimentação de pessoas.

O homem teria começado a xingá-la e tentou suborná-la, oferecendo uma quantia em dinheiro para que encerrasse o processo. Ainda disse que, caso não aceitasse, tentaria pagar o juiz, ou resolveria de “outra maneira”. A advogada tentou se afastar e sair, mas foi segurada “com violência” pelo braço, com ele continuando a insultá-la e ameaçá-la.

Em um determinado momento, o suspeito teria colocado a mão no ombro da profissional, após amassar uma garrafa, dizendo que gostaria que o objeto fosse o pescoço da ex-esposa dele, cliente dela. A vítima abordou uma outra advogada que passava pelo local e pediu ajuda, nesta hora, o homem disse que iria embora.

A advogada entrou em contato com a Associação das Mulheres Advogadas de Alagoas (Amada), que acionou a Polícia Militar e a OAB/AL. Ela deixou o local escoltada pela polícia, após se certificar de que o ex da cliente não estaria nas imediações. 

OAB acompanha o caso

Nessa quarta-feira, 10, diante do ocorrido, o presidente da OAB/AL, Vagner Paes, encaminhou ofícios ao Conselho Estadual de Segurança Pública (Conseg) pedindo providências para garantir a integridade física da vítima, e à Direção do Fórum, para que disponibilize as imagens relacionadas ao fato.

De acordo com a presidente da Amada, Anne Fidelis, além do atendimento imediato, outras medidas de segurança para a colega já estão sendo solicitadas e que são fundamentais neste momento pós-denúncia para que a integridade da profissional siga sendo protegida. Ela ressalta que a violência contra os membros da advocacia, em especial as mulheres que exercem a profissão, é cada vez mais crescente.

“É importante mencionar que, hoje, foi com ela, mas poderia ter sido qualquer uma de nós, considerando os relatos diários e as notícias de violência praticada contra a advocacia, especialmente as mulheres advogadas. Essa condição agrega um fator de vulnerabilidade extra que precisa ser enfrentado”, disse Anne.

A presidente da Comissão da Mulher Advogada, Cristiana Maya, que também acompanhou o caso de perto, disse que enviou ofícios para as autoridades responsáveis solicitando informações, imagens e documentos para continuar acompanhando o caso e cobrando a tomada das medidas cabíveis com celeridade. “Precisamos assegurar às advogadas segurança no exercício da profissão e a OAB está atenta e atuante neste e outros casos envolvendo advogadas”, concluiu.

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