A estranha engenharia eleitoral do Brasil, em que os candidatos eleitos nem sempre são os mais votados

Publicado em 17/08/2024, às 07h50

Redação

Heloísa Helena, hoje no partido Rede Sustentabilidade e candidata a vereadora este ano no Rio de Janeiro, continua recordista de votos para a Câmara Municipal de Maceió: em 2008 ela se elegeu pelo PSOL com cerca de 29 mil votos.

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Por conta da sua estupenda votação, possibilitou um mandato de vereador ao advogado Ricardo Barbosa (atualmente no PT), que obteve apenas 453 votos.

Dos atuais vereadores de Maceió o que conseguiu se eleger com menor votação foi o médico Dr Valmir, do PT, que em 2020 obteve 1.691 votos.

Na disputa deste ano para a Câmara Municipal não há  perspectiva de aparecer algum “campeão de voto”, como aconteceu com Heloísa Helena em 2008, porém as arrumações partidárias abrem possibilidade de alguém obter um mandato com votação irrisória.

Muitos concorrentes que conseguirão votação muito superior vão ficar sem mandato, por conta da legislação eleitoral que insiste em estabelecer critérios complicados para privilegiar minorias partidárias.

Vale dizer que a partir de 2025 a Câmara Municipal de Maceió terá 27 componentes.

O mais justo seria que os 27 candidatos mais votados, independentemente de partido, fossem os eleitos, mas infelizmente pelo sistema eleitoral vigente prevalece a lógica invertida de que “os últimos poderão ser os primeiros”.

E a manifestação de vontade por parte do eleitor num regime democrático, em que ganha quem tem mais votos, fica mais uma vez prejudicada.

 

 

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