Redação EdiCase
A história do queijo parece ter começado por um acaso, com a descoberta acidental da coagulação do leite. Mas, com o tempo, este processo de produção foi aprimorado, resultando em uma das iguarias mais apreciadas no mundo. Sua diversidade de sabores e texturas fez com que ele saísse do cardápio da Idade Média para se popularizar e ganhar uma data só sua: 20 de janeiro, Dia Mundial do Queijo.
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Estima-se que há mais de 10 mil tipos de queijo no mundo. Dos mais simples aos mais requintados – branco, amarelo, azul, fresco, cozido, curado, defumado, de vaca, de cabra ou de ovelha –, mais duro ou cremoso, ele chega à mesa e às receitas em combinações de sanduíches ou a pratos da alta gastronomia.
A influência das condições geográficas, climáticas, culturais e o tipo de leite influenciam no tipo de queijo e o coloca entre os alimentos de alto valor nutricional. A seguir, o Dr. Durval Ribas Filho, nutrólogo, fellow da The Obesity Society – TOS (USA), presidente da Associação Brasileira de Nutrologia (ABRAN) e docente da pós-graduação CNNUTRO, responde sobre os benefícios e cuidados com o consumo de queijo. Confira!
É um alimento rico em nutrientes e excelente fonte proteica. Além de microrganismos vivos – que auxiliam no equilíbrio da microbiota intestinal –, possui as vitaminas B12, B2, D, A e K2, alta densidade em cálcio e outros minerais, como fósforo, sódio, selênio e zinco.
Essas substâncias são essenciais para a saúde óssea, a função muscular, o sistema nervoso e manutenção da imunidade. O queijo também contém ácidos graxos, que podem ser benéficos para a saúde cardíaca, quando consumidos com moderação.
No Brasil, o consumo médio é em torno de 2,2 kg por ano por pessoa. O ideal é se limitar a duas fatias por dia, ou seja, em torno de 30 g, quantidade suficiente para se ter os benefícios nutricionais do queijo. Mas é preciso estar atento se há outros laticínios na dieta diária, como uma fatia de pizza de quatro queijos, iogurte ou leite. Tudo entra na conta.
Por ser rico em proteínas, contribui para aumentar a sensação de saciedade. Os tipos mais claros, como queijo fresco, cottage ou ricota, são os mais indicados em caso de dietas, pois possuem uma menor quantidade de gordura.
Sim, devido ao alto teor de probióticos, que contribui para equilibrar a flora intestinal, diminuindo a prisão de ventre, ou mesmo diarreia, além de outros desconfortos causados pela doença de Crohn, colite ou síndrome do intestino irritável.
Assim como outros produtos derivados do leite, o queijo é rico em cálcio, importante fonte na manutenção de ossos saudáveis e dentes fortes, mas sempre deve fazer parte de uma dieta equilibrada. O queijo também possui uma combinação de proteína e vitamina B, o que facilita a absorção do cálcio pelo nosso organismo.
Quando consumido em excesso, o queijo pode fazer mal para a saúde. Por isso, equilíbrio é a palavra-chave. Vários queijos possuem alto teor de gorduras saturadas – de origem animal – e sódio, que estão associados ao aumento do risco de doenças cardiovasculares e hipertensão.
Além disso, alguns tipos são altamente calóricos, o que pode contribuir para o ganho de peso. Há ainda os que possuem conservantes, corantes e saborizantes na composição. Por isso, deve-se dar preferência aos que passam por processos mais naturais de maturação e fermentação e sempre ler a composição nos rótulos.
Pessoas com hipertensão devem ter um consumo moderado, especialmente dos queijos mais salgados, devido ao alto teor de sódio, e pacientes com níveis elevados de colesterol, pois alguns queijos são ricos em gorduras saturadas, como o cheddar e o prato, e podem aumentar o risco de doenças cardiovasculares. O ideal é dar preferência para produtos desnatados e com menor quantidade de sal.
Por Edna Vairoletti
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