7 alterações que acontecem no sistema digestivo da grávida

Publicado em 30/10/2024, às 14h14
Foto: Reprodução/Freepik -

Revista Crescer

O intestino, que funcionava como um reloginho, passou a parecer preguiçoso e você vive constipada; a azia e os gases aumentaram... Sem falar nos enjoos e no inchaço. Todos esses sintomas acontecem com certa frequência em mulheres grávidas. De acordo com o médico cirurgião Renato Barretto, coordenador de Cirurgia Digestiva do Hospital e Maternidade Santa Joana (SP), diversos sistemas e órgãos no organismo de uma pessoa sofrem transformações durante a gestação, incluindo, é claro, o sistema gastrointestinal.

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“Essas alterações ocorrem na adaptação ao novo momento, por conta das oscilações hormonais”, pontua o especialista. Além disso, conforme o bebê cresce, ele precisa de espaço para se acomodar. Nesse período, aumenta também a demanda do corpo por nutrientes e energia, o que também interfere no funcionamento de órgãos como o estômago e o intestino.

Algumas mudanças que muitas grávidas sentem ao longo dos nove meses são:

  1. Prisão de ventre – “A constipação é efeito das progesteronas, que leva a uma diminuição da motilidade”, explica Barretto. O aumento dos níveis de progesterona, hormônio responsável pela sustentação do bebê dentro do útero, relaxa os músculos do trato gastrointestinal, fazendo com que os alimentos se movam de maneira mais lenta no intestino, o que pode levar à constipação.
  2. Fezes mais duras – Além da progesterona, que deixa o intestino mais lento, durante a gestação o cólon absorve mais água, para garantir o maior aporte de nutrição, suficiente para a mãe e para o bebê. O efeito colateral é que isso pode deixar as fezes mais duras. “Então, é muito importante a mulher ter uma dieta rica em fibras e com bastante hidratação”, diz o médico.
  3. Hemorroidas – Sem a hidratação e o consumo de fibras em níveis adequados, o ressecamento das fezes e o feito compressivo podem exigir mais esforço na hora de ir ao banheiro. Isso leva à hemorroida, que é a inflamação de veias ao redor do ânus ou reto.
  4. Flora intestinal – “Na gravidez, a microbiota sofre alterações, com bactérias que passam a existir ali para ajudar a aumentar o armazenamento de energia para a mãe e para o bebê nesse momento”, explica o médico. São microrganismos associados à absorção de gordura e ao ganho de peso.
  5. Gases e sensação de barriga inchada – Esses sintomas também aparecem como consequência da digestão mais lenta, efeito da progesterona. Para amenizar o desconforto abdominal, cuide da alimentação e tente se movimentar ou fazer massagens. Não se automedique e converse sempre com o obstetra.
  6. Refluxo gastroesofágico e azia – Barretto explica que o volume interabdominal, ou seja, o espaço que o útero ocupa dentro da barriga, pode comprimir e empurrar o estômago, o que favorece a regurgitação. O conteúdo gástrico retorna ao esôfago, levando aos desconfortos, como azia e refluxo.
  7. Náusea e vômitos – Os enjoos, que acontecem, sobretudo nas primeiras semanas, também estão relacionados às alterações hormonais. “Em vezes mais raras, os vômitos não cessam e acontecem em excesso. Nesses casos, de hiperêmese gravídica, é preciso ir ao hospital, receber uma hidratação endovenosa”, aponta o médico.
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