Vilão ou mocinho? saiba quando o sal de cozinha é um aliado ou inimigo da saúde

Publicado em 15/05/2024, às 14h29
Foto: Reprodução/Sesau-AL
Foto: Reprodução/Sesau-AL

Por TNH1

Na Semana Mundial de Conscientização sobre o Sal, condimento presente nas cozinhas de todas as residências, a nutricionista da Secretaria de Estado da Saúde (Saúde), Ana Patrícia Tojal, faz um alerta sobre o seu consumo. Isso porque, segundo ela, dependendo da quantidade e da frequência que é consumido, ele pode ser um aliado da saúde ou vilão. 

Ana Paula Tojal ressalta que o corpo humano precisa de sódio - substância presente no sal de cozinha - para o seu pleno funcionamento. Entretanto, o consumo em excesso do produto, afeta negativamente o organismo e pode acarretar em sérios problemas, como doenças cardiovasculares, conforme a nutricionista da Sesau.

A Organização Mundial da Saúde (OMS) recomenda consumir cerca de cinco gramas de sal por dia para um adulto, o que representa menos de dois gramas de sódio. Porém, a própria OMS estima que a média de sal ingerida pela população de adultos com 25 anos ou mais, na região das Américas, é de 8,5 gramas por dia, ou seja, 1,7 vez superior ao recomendado.

Isso reforça a necessidade de conscientizar a todos sobre os perigos da alta ingestão de sódio. De acordo com a nutricionista da Sesau, o grande risco do sal de cozinha se deve a presença de moléculas de sódio em sua formulação.

“Assim como outros alimentos e nutrientes, o excesso não é bom. Muitas pessoas ainda colocam o saleiro na mesa durante as refeições e têm o péssimo hábito de adicionar mais sal à comida. Essa atitude não é recomendada, porque estimula a ingestão exagerada de sódio e representa um enorme perigo para a saúde”, afirma Ana Paula Tojal.

A nutricionista da Sesau também chama a atenção para o sódio “escondido” em alimentos ultraprocessados, como biscoitos recheados, sorvetes, refeições prontas e refrigerantes, por exemplo. Segundo a especialista, a união do alto consumo de produtos industrializados com o uso de sal acima do recomendado acarreta em uma grande concentração de sódio no corpo, o que é muito prejudicial para a saúde de qualquer pessoa. 

“No passado, o sal era muito usado para conservar carnes e peixes, por exemplo. Com o avanço da indústria e da ciência, o sódio foi separado e passou a ser adicionado como um conservante nos produtos ultraprocessados. Por isso, que alimentos desse tipo possuem um alto teor de sódio, para que não estraguem rapidamente. Contudo, isso faz com que a população também tenha um consumo de sódio extremamente elevado”, expõe a nutricionista.

Previne doenças

Por outro lado, o sal é um importante aliado do corpo humano, quando não é consumido em excesso. Desde a década de 1950, o iodo é adicionado ao condimento para prevenir e controlar a deficiência do nutriente, que pode provocar o bócio, chamado popularmente de papo. Além disso, o baixo nível de iodo também pode comprometer de forma permanente o desenvolvimento físico e intelectual de crianças.

No entanto, a quantidade de iodo adicionada ao sal tem sido revista ao longo dos anos por causa das mudanças no padrão de alimentação dos brasileiros, pois a absorção em excesso do nutriente também pode acarretar em danos à saúde e problemas na tireoide. A nutricionista da Sesau ainda cita que os níveis de sódio no sangue excessivamente baixos podem resultar em problemas, como a ocorrência da doença hiponatremia, que é a redução da concentração plasmática de sódio para 136 mEq/L.

Moderação

Ana Patrícia Tojal reforça a importância de a população mudar alguns hábitos alimentares para prevenir a hipertensão e outras doenças. “Precisamos tirar o saleiro da mesa. É fundamental que aprendamos a ter um paladar com menos sal. Outro ponto de extrema importância é diminuir profundamente os produtos industrializados no nosso cardápio. Com essas medidas, o sal não se torna um problema para a nossa saúde”, recomenda a nutricionista da Sesau.

Com informações da Secretaria de Estado da Saúde de Alagoas (Sesau)*

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