Quando o relógio cravou 19h05 deste domingo, 13 de novembro de 2022, um dia que já nasceu histórico, e os tambores ressoaram junto à figura que brilhava no palco com sua sanfona – um homem visivelmente emocionado vestido com seu manto começou a entoar os primeiros versos de “Ponta de Areia” –, fez-se mágica no Mineirão. Chorando, ele lembrou de sua amiga Gal Costa, que pegou o trem para outra estação na última quarta-feira (9).
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Seria mentira dizer que há, aqui neste estádio colossal, quase 60 mil pessoas; há muito mais, talvez dezenas de milhões, é certo dizer. A música tem dessas coisas de transformar o que quisermos em sonho e fantasia.
A última apresentação nos palcos de Milton Nascimento está sendo marcada pela emoção. Em um Mineirão completamente lotado, o cantor emociona o público na noite deste domingo (13). pic.twitter.com/T6wLjhGSQk
— O Tempo (@otempo) November 13, 2022
Portanto, no palco, não era só um Milton Nascimento. Naqueles poucos metros quadrados há Miltons: a criança que teve a sanfona como o primeiro instrumento, o Bituca e seu sorriso de menino em Três Pontas, o artista que reuniu Lô, Fernando, Beto, Toninho, Ronaldo, Wagner, Márcio e outros para gravarem um disco tão revolucionário quanto essencial e fazer, assim, uma esquina de Belo Horizonte ganhar o mundo. Há, sobretudo, o homem que usou a canção para buscar o caminho que vai dar no sol.
Milton Nascimento se despediu dos palcos, mas não da música, como o próprio Bituca afirma, em BH, berço do Clube da Esquina e cidade onde viveu parte de sua juventude. "Eu só quero agradecer a todos vocês por tornarem minha vida tão linda", disse, para depois cantar "Amor de Índio" acompanhado pelo público.
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