Sociedade de Pediatria alerta para aumento de queimaduras com álcool em gel; confira cuidados

Publicado em 20/07/2020, às 09h21
Foto: Marcello Casal Jr./ Agência Brasil
Foto: Marcello Casal Jr./ Agência Brasil

Por Sociedade Brasileira de Pediatria

Prevenção de queimaduras em tempos de COVID-19 é o tema da nota de alerta lançada nesta segunda-feira (20) pelo Departamento Científico de Segurança da Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP). Na publicação, os pediatras chamam atenção para o aumento da incidência de queimaduras durante este período de isolamento social, em especial aquelas relacionadas ao uso de álcool, substância que tem sido amplamente usada para a higienização de mãos e superfícies.

Conforme pontua o presidente do DC de Segurança da SBP, dr. Marco Antônio Chaves Gama, a maioria dos acidentes não intencionais pode ser prevenida, basta que sejam tomadas providências de precaução. Por isso, a melhor maneira de assegurar um ambiente saudável e seguro para crianças e adolescentes é a orientação e conscientização de todos.

“As lesões por queimaduras podem provocar sequelas estéticas e funcionais, além de afetar a dimensão emocional do indivíduo. O pediatra tem a missão de ajudar os pais a identificar potenciais ameaças no ambiente doméstico e esclarecer quais as medidas de prevenção e socorro à vítima devem ser adotadas”, afirmou.

INFORMAÇÕES EPIDEMIOLÓGICAS – Segundo dados do Ministério da Saúde, os acidentes continuam sendo a principal causa de morte entre um e 14 anos de idade. O número de óbitos de menores de 14 anos foi de 3.661 em 2017. Além disso, foram hospitalizados 111.555 indivíduos nesta mesma faixa etária em 2018. Desse total, as queimaduras foram responsáveis por 5,9% dos óbitos em 2017 e representaram 18,4% de todas as internações por acidentes em 2018.

MANTENDO A SEGURANÇA - Em geral, as peculiaridades das queimaduras em crianças estão associadas ao fato delas serem naturalmente mais curiosas e interessadas em explorar o ambiente. No entanto, por não reconhecerem os riscos com clareza, é fundamental a orientação e supervisão constante de um adulto responsável. A maioria dos acidentes envolvendo crianças até o final da idade escolar ocorre em sua própria residência e a cozinha é o local onde mais frequentemente acontecem as queimaduras. Para evitar essas intercorrências, a SBP recomenda as seguintes medidas:

- Prevenção de queimaduras térmicas -

  • Permanecer em casa e treinar com as crianças a lavagem correta de mãos com água e sabão, reservando o uso do álcool em gel para a necessidade absoluta de ter que ir na rua;
  • Evitar usar álcool para limpeza doméstica habitual. Há produtos que o substituem, como o hipoclorito de sódio, que é um desinfetante de superfície eficaz contra o coronavírus
  • Não segurar e nem manusear líquidos quentes com uma criança no colo;
  • Não deixar copos com líquidos quentes próximos de bebês;
  • Materiais quentes devem ser colocados no centro da mesa, distante da criança, observando o tamanho da toalha, para evitar que possa ser puxada pela criança;
  • Mantenha crianças longe de aquecedores, lareira, fogueira e fogos de artifício;
  • Manter o ferro de passar roupa fora do alcance e nunca deixar o ferro esfriando no chão.

- Prevenção de queimaduras químicas –

  • Manter produtos tóxicos fora da visão e do alcance. Devem ser trancados em local seguro e nunca transfira produtos tóxicos para embalagens atrativas, como garrafas de refrigerante (mantenha em suas embalagens originais);
  • Nunca deixar ao alcance de crianças pilhas e baterias.

- Prevenção de queimaduras elétricas –

  • Usar protetores de tomada em todas as tomadas que não estão sendo usadas;
  • Dentro do possível, encostar os móveis, escondendo as tomadas;
  • Evite ligar vários aparelhos eletrônicos em uma mesma tomada e evite usar benjamins ou extensões.
  • Manter fios fora do alcance das crianças;
  • Não deixe uma criança brincar com objetos metálicos que possam ser introduzidos em tomadas elétricas;

A nota de alerta da SBP apresenta inda uma série de informações úteis para a correta classificação de queimaduras na população pediátrica por profundidade e extensão, além de orientações sobre abordagens de primeiros socorros, desmistificando práticas errôneas disseminadas pelo senso comum, como o uso de pó de café, clara de ovo ou pasta de dente nas queimaduras.

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