Depois do lançamento em Recife, Campina Grande, João Pessoa, hoje em Natal e amanhã em Fortaleza, na próxima segunda-feira, 11, o jornalista Magno Martins lança em Maceió o livro "O estilo Marco Maciel". O evento acontece no Instituto Histórico e Geográfico de Alagoas, a partir das 17 horas.
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Lançado pela editora CRV, a obra apresenta um homem que primava pela polidez e ausência de arroubos ou frases agressivas no exercício da política. Árido nas gesticulações, árido nas palavras. É um perfil que ganha mais relevo, claro, no momento atual, em que abrir a boca para vociferar e atacar adversários e a falta de educação tornaram-se regras de conduta na vida pública, não exceções.
Liberal, católico fervoroso e de direita, Marco Maciel mantinha relações próximas com Dom Helder Câmara, Oscar Niemeyer e lideranças comunistas do Nordeste. Pertencia a uma direita que procurava fazer política: flertava com adversários ou aliados tensos, numa demonstração eterna de estar disposto a conversas que terminavam para recomeçar. Tinha prazer de lembrar que, à frente da pasta da Educação, mandou reabrir a UBES e a UNE, entidades de estudantes lidadas tradicionalmente à esquerda e com as quais divergia em seu tempo de líder estudantil.
Marco Maciel personalizou o “bombeiro” na turbulenta política brasileira. Em 1984, teve papel decisivo para que a proposta da Frente Liberal, uma dissidência do PDS governista a favor da candidatura de Tancredo Neves à Presidência, não naufragasse. Ele convenceu o governador da Bahia, Antonio Carlos Magalhães, de seu partido, a aderir. Ainda evitou que José Sarney rompesse com o grupo após uma troca de farpas com Pedro Simon. O político pernambucano poderia sair como o candidato a vice, mas optou pelo consenso.
CARREIRA POLÍTICA
Marco Maciel ocupou todos os cargos públicos de projeção que um político almeja. Forjado no movimento estudantil, foi deputado estadual, federal e senador por Pernambuco, Estado que governou de 1979 a 1982, nomeado pelo ex-presidente Ernesto Geisel.
Presidiu a Câmara dos Deputados, foi ministro da Educação e Casa Civil no Governo Sarney. Na eleição presidencial de 1994, foi eleito vice-presidente na chapa do então presidente Fernando Henrique Cardoso, sendo reeleito em 1998, na primeira eleição no Brasil com direito a um chefe da Nação disputar um novo mandato.
Ocupou por mais de 80 vezes a Presidência da República interinamente, sendo considerado por FHC como o vice-presidente do sonho de qualquer presidente, em razão da sua lealdade, discrição e seriedade.
Marco Maciel teve, ainda, um papel relevante no processo de redemocratização, abrindo uma dissidência na então Frente Liberal em apoio à candidatura de Tancredo Neves, o que resultou na chamada Nova República.
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