NBA volta neste sábado e terá campanha para ampliar acesso ao voto nos EUA

Publicado em 28/08/2020, às 23h15
Reprodução / Instagram kingjames
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Por Folhapress

Após os jogadores dos times envolvidos nos playoffs da NBA concordarem com a retomada da liga americana de basquete, o comissário Adam Silver e a diretora-executiva da entidade que representa os atletas, Michele Roberts, divulgaram uma declaração conjunta nesta sexta-feira (28).

Eles afirmam que após uma conversa "franca, apaixonada e produtiva" na quinta com jogadores, treinadores e representantes das 13 equipes ainda na disputa, todas as partes concordaram em retomar os jogos neste sábado (29).

Desde quarta (26), as partidas da fase de mata-mata da temporada 2019/20 foram suspensas por conta de um boicote iniciado pelos jogadores do Milwaukee Bucks (e seguido pelos demais times) como protesto contra contínuos atos de violência policial contra a população negra dos Estados Unidos.

O estopim foi o episódio com Jacob Blake, homem negro que levou sete tiros nas costas disparados por policiais brancos em Kenosha, cidade do estado de Wisconsin, o mesmo de Milwaukee. Ele ficou paralisado da cintura para baixo.

De acordo com a nota desta sexta, foi definido que a liga e os atletas trabalharão para cumprir uma série de compromissos, incluindo ampliação do acesso ao voto, a promoção do engajamento cívico e a defesa de uma reforma significativa da polícia e da justiça criminal.

As próximas eleições nos Estados Unidos, onde o voto não é obrigatório, estão marcadas para o início de novembro. A temporada deverá terminar na metade de outubro.

Na quinta, o presidente e candidato à reeleição Donald Trump disse que a NBA se tornou uma organização política.

"Em todas as cidades onde as franquias da liga possuem e controlam suas arenas, os administradores continuarão a trabalhar com autoridades eleitorais locais para disponibilizar suas instalações como locais de votação para as eleições gerais de 2020, permitindo assim uma opção de voto pessoal seguro para comunidades vulneráveis à Covid-19", diz um dos itens do documento.

Outro ponto define que "a liga trabalhará com atletas e parceiros para criar e incluir anúncios em cada jogo dos playoffs, dedicados a estimular e promover maior engajamento cívico nas eleições nacionais e locais, a fim de aumentar a conscientização sobre o acesso e as oportunidades dos eleitores".

Também foi estabelecida a criação de uma fundação da NBA com foco no empoderamento econômico da comunidade negra.

Suspensa por mais de quatro meses pela pandemia do novo coronavírus, a temporada foi reiniciada em julho no que se convencionou chamar de "bolha", um ambiente de protocolos rígidos contra a Covid-19 estabelecido na Disney, nos arredores de Orlando. Durante a parada, os Estados Unidos ferveram com manifestações antirracistas, que explodiram após o caso George Floyd, em maio.

Vários atletas da NBA estiveram em protestos contra o assassinato de Floyd, 46, morto em Minneapolis depois de ter o pescoço prensado no chão por cerca de oito minutos por um policial branco. E a associação dos jogadores só topou o retorno com a condição de que haveria espaço para mensagens sociais

As quadras onde vinham sendo disputados os jogos estão pintadas com a frase "vidas negras importam". Essa também é uma das mensagens colocadas nas camisas, no local onde geralmente fica o nome dos atletas. Ficou a critério deles manter a inscrição habitual ou usar o espaço para textos como "igualdade", "paz" e "reforma educacional".

Parte dos atletas sentiu, porém, que a mensagem foi se diluindo em meio à competição. Quando se deu mais um caso de violência policial de grande repercussão, houve uma reação mais firme dentro da "bolha".

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