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Namorada de jovem que teve barriga aberta em praia do ES é denunciada

Uol | 06/04/22 - 22h20
Foto: Divulgação

A jovem de 20 anos que afirma ter sofrido um "apagão" e se deparado com o namorado com a barriga aberta em uma praia de Guarapari, no Espírito Santo, após acordar foi denunciada pelo crime pelo MPES (Ministério Público do Espírito Santo). De acordo com assessoria do órgão, a denúncia já foi oferecida à Justiça.

Segundo fontes ouvidas pelo UOL, a denúncia da promotoria vai no mesmo sentido do inquérito da Polícia Civil do Espírito Santo, que terá o resultado apresentado na próxima sexta-feira (8), com a jovem também na condição de denunciada pelo crime de lesão corporal grave.

Polícia e MP também apontam que drogas sintéticas foram encontradas no organismo da vítima, que acordou com parte do intestino exposta na ocorrência. O advogado que representa as famílias dos dois jovens, o agredido e a denunciada, Lécio Machado, foi procurado pelo UOL e afirmou que não vai se pronunciar sobre o assunto no momento.

As familias sustentavam a versão de que um grupo criminoso teria investido contra o casal. As imagens de segurança no local não revelaram nenhuma ação humana além dos dois naquela madrugada.

Relembre o caso - Um jovem de 20 anos foi encontrado com um corte profundo na barriga e parte do intestino exposto, na Praia do Ermitão. O caso ocorreu na madrugada de 16 de janeiro, mas demorou alguns dias para ser revelado ao público, só tomando proporção nacional após o vazamento de informações nas redes sociais.

As primeiras informações registradas na Polícia Civil contavam que o jovem estaria na companhia de uma garota, com quem havia saído na noite do dia 15. Na ocasião, familiares defenderam que a dupla foi vítima de crime de terceiros durante um "luau a dois", o que não foi confirmado pela polícia ou pelo Ministério Público.

Imagens de câmeras de segurança do Parque Municipal Morro da Pescaria, onde a praia fica localizada, registraram a entrada da dupla no local por volta das 23h do dia 15, quatro horas após o fechamento do parque.

Elas também registraram quando, já pela manhã, a garota desesperada encontra o pai em uma área de um píer e o vigilante do local aparece pouco depois. Por fim, a equipe de resgate chega à área e conduz o socorro do homem com a ajuda de um quadriciclo. Os vídeos não mostraram movimentação de outras pessoas na reserva.

Na época em que o crime foi registrado, uma fonte ligada à investigação, que preferiu não se identificar, contou ao UOL que ambos relataram ter sofrido um 'apagão' após o uso de drogas. "Eles teriam admitido que foram para a praia na intenção de transar, como uma despedida, já que o rapaz ia embora para fora do país. Beberam vinho durante a noite e a madrugada e também usaram entorpecentes. Ao que tudo indica, drogas sintéticas".

Por volta das 4h do dia 16, a jovem teria saído do local em desespero, em busca de ajuda, feito contato telefônico com os pais e pedido ajuda a um segurança do parque.

Em nota, a Secretaria de Meio Ambiente e Agricultura de Guarapari informou que, na madrugada do ocorrido, o vigia noturno do Parque Morro da Pescaria foi abordado com o pedido de socorro da mulher. "O vigia acionou a administração do parque e logo foi feito contato com a Polícia Militar e o Corpo de Bombeiros", disse o texto.

O jovem foi socorrido pelo Samu (Serviço Municipal de Atendimento de Urgência) e levado, em estado grave e com "ferimento contundente na cabeça e evisceração, com quadro hemorrágico" ao Hospital Estadual de Urgência e Emergência, em Vitória, a cerca de 50 km do local, onde passou por cirurgia. Ele foi transferido para o Vitória Apart Hospital, recebeu alta quase dois meses após o ocorrido e voltou para o hospital nesta semana. A Polícia Militar esteve no local e encontrou na areia da praia o que supostamente seria parte do intestino delgado do rapaz. Também havia sangue e tecidos sujos, além de pertences dos jovens. Não foram encontradas drogas.

A jovem também foi socorrida. Segundo o boletim de ocorrência, os pais da garota a levaram para um hospital em Anchieta, a cerca de 30 km da praia. A menina tinha cortes na mão, perna e hematomas na cabeça. Ela afirmou à Polícia Militar que não se lembrava do que havia acontecido.