O Brasil tem um novo campeão mundial de surfe: Italo Ferreira. O surfista de Baía Formosa (RN) venceu a final do Pipe Masters, no Havaí, a última etapa do ano, contra Gabriel Medina, e conquistou o título do Circuito Mundial de Surfe de 2019. Foi a primeira vez na história que dois brasileiros disputaram a final em Pipeline valendo o título mundial.
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Só os dois continuavam na disputa pelo título durante o último dia do Pipe Masters. Antes da final, a vantagem era de Italo. Líder do ranking, ele seria campeão mundial se fosse eliminado na mesma fase que Medina. Já o bicampeão garantia o tri se acabasse o Pipe Masters uma fase à frente de seu compatriota. Como os dois chegaram à decisão, o vencedor da etapa levava o título mundial.
A final começou emocionante logo nos primeiros segundos. Os dois remaram na mesma onda, mas Italo dropou antes e conseguiu belo tubo: nota 7,83. O potiguar colocou mais outra boa nota em seu somatório e abriu vantagem. Medina reagiu na sequência com um 7,77 e se manteve na briga.
A bateria ficou mais parada até o paulista arrancar um 5,17, que foi insuficiente para virar a final. Italo ampliou sua vantagem ao pegar bom tubo e completar com um aéreo, o que deixou o paulista precisando de um 7,80 para assumir a ponta. Medina tentou em ondas menores, mas não conseguiu a nota e viu a vitória ficar com o potiguar: 15,56 a 12,94.
"Eu não podia imaginar. Era o sonho da minha vida toda. Minha avó e meu tio morreram este ano. Eu não consigo acreditar. Obrigado. Eu só acreditei em mim, sei que Gabriel (Medina) é duro, parabéns a ele. Esse é o meu momento, não posso acreditar", disse Italo após a vitória.
Além de Pipeline, o potiguar venceu outras duas etapas no circuito em 2019. Italo sagrou-se campeão em Gold Coast, na Austrália, logo na primeira disputa do ano, e também levou a melhor em Portugal, na penúltima etapa de 2019, quando recuperou a liderança do ranking, que pertencia a Medina até então.
Italo agora se torna o primeiro nordestino e o terceiro brasileiro campeão mundial de surfe. Antes dele, o próprio Gabriel Medina (2014 e 2018) e Adriano de Souza, o Mineirinho, (2015) já haviam alcançado o feito.
Além de Italo e Medina, o americano Kolohe Andino também começou o último dia do Pipe Masters com chances de título, mas precisava ser campeão em Pipe e torcer para Italo e Medina serem eliminados nas oitavas. Como os dois brasileiros avançaram às quartas, Kolohe acabou fora da disputa.
KELLLY SLATER
O veterano Kelly Slater acabou eliminado nas semifinais do Pipe Masters ao perder para Italo. Mesmo assim, o americano conquistou o título da Tríplice Coroa Havaiana (dado ao surfista com o melhor desempenho nos três principais campeonatos disputados no Havaí) por ter chegado na semi em Pipe, mas não obteve seu maior objetivo da temporada: a vaga olímpica.
Os Estados Unidos têm direito a duas vagas pelo Circuito Mundial. Antes do Pipe Masters, Kolohe Andino já havia assegurado a primeira vaga. A segunda, então, ficou entre Kelly e o havaiano John John Florence.
John John, que chegou a liderar o ranking no início da temporada, voltou de cirurgia no joelho e disputou Pipe para tentar carimbar seu lugar nos Jogos Olímpicos de Tóquio.
O bicampeão mundial foi eliminado nas quartas de final por Gabriel Medina, mas o resultado foi suficiente para garantir a John John a segunda vaga dos EUA na Olimpíada. Kelly precisava vencer o Pipe Masters para roubar o lugar de seu compatriota.
O Brasil também já tem seus dois representantes definidos em Tóquio 2020. Italo e Medina garantiram as duas vagas que o país tem direito pelo Circuito Mundial.
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