Isso acontece principalmente porque o Japão está no Círculo de Fogo do Pacifico, limite de várias placas tectônicas. Sendo a maior delas a Placa do Pacifico.
Entre as regiões no círculo estão a Cordilheira dos Andes, a Costa Oeste dos Estados Unidos e do México e a Indonésia e o Japão. Eles são marcados por intensa atividade sísmica e de vulcões, explica Fábio Reis, diretor da Febrageo (Federação Brasileira de Geólogos).
E QUAL O "PROBLEMA" DO CÍRCULO DE FOGO?
O planeta tem uma camada chamada litosfera, que é a parte mais "sólida" e superficial da estrutura interna da Terra.
A litosfera é toda "trincada", dividindo em várias placas tectônicas que estão sobre o manto, camada mais líquida, o que faz com que essas placas se movimentem. Existem alguns tipos diferentes de interação entre essas placas, mas no caso do Japão, as bordas convergem- ou seja, vão ao encontro uma da outra. Isso também acontece no Chile, por exemplo, em que a placa de Nazca colide com a Sulamericana, causando a grande quantidade de tremores que existe no país.
As ilhas que formam o Japão estão sobre o limite de várias placas diferentes. A costa oeste na placa da Eurásia, o sul na placa das Filipinas, a porção leste na placa do Pacifico e o norte na placa Norte-Americana.
O terremoto do dia 1º aconteceu no limite entre as placas da Eurásia, Filipinas e Pacífico. "A colisão de três placas está acontecendo ali. Por esse tipo de evento o Japão tem muita intensidade de terremotos", explica Reis.
Mas atenção: não dá pra dizer que o Japão tem os piores terremotos
O país asiático está em uma das áreas com maior atividade sísmica do planeta, mas é o mais preparado para terremotos, avalia Fábio Reis. "Não dá para dizer que o Chile ou a Indonésia tem menos atividade que o Japão, mas ele é o país mais preparado do mundo pra esses eventos, apesar de ser pequeno e ter uma população muito concentrada."
Marcos Ferreira, geofísico do Serviço Geológico do Brasil, destaca que eventos secundários ligados a terremotos aumentam a repercussão dos tremores no Japão. "O Japão e o Chile, em termos de magnitude, tiveram terremotos parecidos. Mas no Japão tem o caso que atingiu usina nuclear, por exemplo. Naquela região, por ser formada por ilhas, também é maior a possibilidade de acontecer tsunamis, enquanto no Chile é mais improvável, apesar de possível, porque tem menos placas oceânicas."