Um brasileiro foi agredido em Portugal, por um homem que questionou a nacionalidade dele, durante um ataque xenofóbico em Braga, cidade onde mora. O pernambucano Saulo Jucá é engenheiro civil, tem cidadania portuguesa e trabalha com fiscalização de obras.
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Ele estava em uma cafeteria e conversava com o proprietário do estabelecimento quando foi abordado pelo agressor. "Ele me agrediu, chutou minha cara e minhas costelas", disse.
O ataque aconteceu no sábado (10), data em que se comemora o Dia de Portugal, de Camões e das Comunidades Portuguesas, feriado nacional do país. Nesta segunda-feira (12), Saulo contou ao g1 que tinha saído com dois amigos nas proximidades de sua casa.
Depois que se despediu dos amigos, Saulo permaneceu na área externa da cafeteria, enquanto conversava com a namorada por videochamada. Ele contou que tinha percebido o homem que o agrediu com sinais de embriaguez antes da confusão.
"Eu notei um movimento estranho do outro lado da rua. Tinha um homem visivelmente embriagado acompanhado da mãe, que não queria que ele bebesse. Era o Dia de Portugal, e eu nem sabia disso. Entrei no café porque não achei uma 'vibe' boa", afirmou o engenheiro.
O brasileiro conversava com o dono do café quando o homem entrou alterado no estabelecimento. "Ele notou pelo meu sotaque que eu era brasileiro”, afirmou. O homem questionou a nacionalidade de Saulo e, quando confirmou que se tratava de um brasileiro, iniciou as agressões.
"Enquanto ele me batia, a mãe dele dizia ‘você vai ser preso de novo’. Isso aconteceu entre as 20h e as 21h. Depois disso, eu fui socorrido por uma ambulância, e a polícia chegou na sequência. Eu não cheguei a ver os policiais, porque o socorro veio primeiro”, disse a vítima.
Saulo foi internado e permaneceu no hospital até o fim da manhã do domingo (11). Em seguida, procurou uma delegacia para prestar queixa acompanhado do irmão. O exame de corpo de delito foi realizado nesta segunda-feira.
"Eu vou colocar um advogado para cuidar do caso. Existem imagens das câmeras do local e o ataque foi filmado”, declarou.
Segundo Saulo, não é raro ouvir comentários xenofóbicos no cotidiano. “A xenofobia aqui é uma coisa que, para eles, é normal, mas para a gente não é. Eu já tinha presenciado comentários preconceituosos e racistas, mas nunca tinha sofrido xenofobia diretamente”.
Devido à gravidade dos ferimentos, o engenheiro civil vai precisar ficar três semanas em recuperação.
O g1 entrou em contato com a Embaixada Brasileira em Portugal, mas não obteve resposta até a última atualização desta reportagem.
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