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Biólogo filma espécie de tubarão que consegue andar na terra; veja vídeo

Revista Galileu | 29/07/22 - 16h09
Foto: Reprodução/Wikimedia Commos

No dia 3 de maio de 2022, cientistas conseguiram registrar um animal incrível na costa de Papua Nova Guiné, um arquipélago perto da Indonésia. Pertencente à família  Hemiscylliidae, o tubarão encontrado é a única espécie que consegue andar em terra. As imagens feitas pelo biólogo e conservacionista Forrest Galante foram compartilhadas no especial do Discovery Channel chamado Ilha dos Tubarões Caminhantes (veja o vídeo abaixo).

A espécie do tubarão, conhecida como Tubarão-epaulette ou Tubarão das dragonas, é a Hemiscyllium ocellatum, que é comum na Indonésia. Podendo alcançar quase um metro de comprimento, o animal apresenta manchas castanhas e pretas por seu corpo e tem como alimento predileto caranguejos e outros invertebrados que são caçados quando o tubarão está em terra.

Isso porque, o H.ocellatum aguarda a maré baixa para rastejar seu tronco e barriga na parte terrosa para passar pelas poças de água que se formam. Podendo se transportar 30 metros ou mais em terra firme, o animal conta com algumas modificações físicas para a vida terrestre, conseguindo se mover com a barbatana e sobreviver com oxigênio escasso.

Assim, esses animais conseguem pegar suas presas desprevenidas. Nos registros feitos por Galante, é possível visualizar o  animal se deslizando por uma poça de maré que mal continha água suficiente para ele.

Para pesquisadores, o motivo para que o animal se empurre por terra, quase adotando uma vida híbrida, está ligado com a necessidade de buscar alimentos onde tubarões não conseguem sobreviver. “Todas as características são selecionadas para quando permitem que [uma espécie] sobreviva melhor e crie um ambiente onde seja seguro e possa obter comida”, comenta em nota Gavin Naylor, diretor do Programa da Flórida para Pesquisa de Tubarões no Museu de Natureza Natural da Flórida, nos Estados Unidos.

Um estudo publicado em 2020 no periódico Marine & Freshwater Research sugere que esses animais evoluíram rapidamente nessas habilidades terrestres nos últimos nove milhões de anos.

Outra questão chama a atenção dos pesquisadores é a variedade genética do grupo. “Os tubarões dragonas estão potencialmente formando novas espécies em um ritmo notavelmente rápido”, comenta Naylor.

O que, por conta do modo único de mobilidade desses animais, faz com que populações frequentemente fiquem isoladas e seus genes sofram mutações aleatoriamente, criando novas adaptações. Pequenos empecilhos, como rios ou outras barreiras geográficas, fazem com que o grupo de tubarões se separe da população principal, iniciando um cruzamento entre si.

Atualmente, a questão principal que os cientistas esperam responder é sobre como que a espécie precariamente diversicada geneticamente pode produzir indivíduos que diferem entre si, com mudanças de cores e tamanhos.