Berço da cultura popular, Viçosa guarda a tradição do Guerreiro

Publicado em 12/11/2016, às 10h00

Por Redação

“Oh, Viçosa do nosso Brasil/ Eu longe de ti a saudade me mata/ És de prata cidade mimosa/ Teu nome é Viçosa/ Princesa das Matas”. Entoando versos de mestre Osório, mestre Naldo acerta o ritmo com o compasso dos pés e fala do seu amor pela cidade natal. 

Patrimônio Vivo de Alagoas, o viçosense José Irnaldo Bezerra da Silva, 57 anos, começou a tocar sanfona ainda criança, influenciado pelo pai. Eletricista de profissão, nas horas vagas mestre Naldo puxa com orgulho o grupo Guerreiro Riacho do Meio.

“Quando se fala em Guerreiro, se lembra da Viçosa. Foi aqui que ele se aninhou e se enraizou”, diz mestre Naldo.

Assista:

O Auto dos Guerreiros, ou simplesmente Guerreiro, é um dos mais importantes folguedos populares de Alagoas. Ele surgiu no Estado na década de 1920 e canta, por meio do sincretismo religioso, a chegada do messias e a homenagem dos três Reis Magos. Trajes multicoloridos, ornamentados com espelhos, miçangas, fitas e lantejoulas, além de chapéus que formam verdadeiras obras de arte popular, compõem o visual das apresentações. 

Berço da Cultura Popular

Terra do folclorista Théo Brandão, a histórica Viçosa, a 110 km de Maceió, é permeada pela arte. Revestimentos de mosaico em locais estratégicos marcam o corredor cultural da cidade que, entre os meses de agosto e outubro, vive uma verdadeira festa popular, com apresentações dos folguedos e a comemoração da emancipação política que, este ano, completou 185 anos. 

Viçosa possui ainda a Escola de Música e Folclore José Aprígio Vilela, fundada em 2006, que mantém um acervo de livros sobre a cultura brasileira, o folclore e o artesanato, além de aulas contínuas de teatro, folguedos e instrumentos de sopro e percussão.

Alagoas é o Estado com maior repertório de folguedos do país, com 27 tipos catalogados e, em Viçosa, além do Guerreiro de Mestre Naldo, predominam o Pífano e o Reisado.

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