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Americano será preso e multado em R$ 130 mil por clonar ovelhas gigantes

Revista Galileu | 02/10/24 - 20h05
Foto: Departamento de Justiça dos EUA

Arthur “Jack” Schubarth, um americano de 81 anos, foi condenado a seis meses de prisão na segunda-feira (30) por liderar um esquema ilegal para criar ovelhas híbridas enormes em sua fazenda no estado de Montana, nos Estados Unidos.

Condenado a dois crimes graves contra a vida selvagem (conspiração e violação substancial da Lei de conservação dos Estados Unidos), o homem, além de preso, terá que pagar cerca de R$ 130 mil em multas para as autoridades ambientais.

As provas apresentadas ao tribunal indicam que as atividades criminosas foram conduzidas, pelo menos, entre 2013 e 2021. Segundo a investigação, tudo começou com a importação ilegal para os EUA de partes da maior espécie de ovelha do mundo: a marco polo argali (Ovis ammon polii), nativa do Quirguistão.

O seu material genético foi então usado para criar embriões clonados que Schubarth implantou em ovelhas de seu rancho. Tais esforços resultaram no nascimento de um único carneiro macho: batizado de Montana Mountain King (ou MMK), ele tinha uma envergadura de chifre maior que 1,5 metro e pesava mais de 136 kg.

Com a ajuda de indivíduos ainda não identificados, o pecuarista usou o sêmen de MMK para impregnar artificialmente ovelhas de diferentes espécies. Para movê-las para dentro e fora de Montana, também foram falsificados certificados de inspeção veterinária, os quais alegavam que os animais pertenciam a grupos legalmente permitidos no país.

Esse tipo de conduta abriu margem para a introdução de patologias perigosas. Sabe-se que pelo menos duas ovelhas de Schubarth morreram da debilitante doença de Johne, que pode ser facilmente disseminada.

Documentos judiciais descrevem, por fim, que o homem obteve material genético de carneiros selvagens das Montanhas Rochosas em Montana para os seus experimentos de hibridização. Mais uma vez, a prática se configura como uma atividade ilegal.

“Ele não apenas violou leis federais e estaduais e tratados internacionais, mas Schubarth ainda conspirou para ocultar suas ações das autoridades”, afirma o procurador-geral Todd Kim, em comunicado à imprensa.

Objetivo dos crimes

Nesses espaços, as pessoas pagam pela chance de atirar em “animais-troféus”, que variam das espécies nativas as mais exóticas. O pecuarista concluiu que o público pagaria mais por ovelhas híbridas gigantescas, portanto, decidiu criá-las.

“Este caso exemplifica a séria ameaça que o tráfico de vida selvagem representa para nossas espécies e ecossistemas nativos”, destaca Edward Grace, diretor assistente do Escritório de Aplicação da Lei do Serviço de Pesca e Vida Selvagem dos EUA. “As ações de Schubarth não apenas violaram várias diretrizes projetadas para proteger a vida selvagem, mas também arriscaram introduzir doenças e comprometer a integridade genética de nossas populações”.

Proprietário da Sun River Enterprises LLC, um terreno de cerca de 87 hectares, Schubarth criava “gado alternativo”. Essa nomenclatura se refere a cabras montesas e ovelhas criadas principalmente para serem vendidas a fazendas de caça — muito comuns no estado do Texas.