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Saiba como identificar e evitar a tosse alérgica infantil

Ana Carla Vieira | 04/10/24 - 15h22
Foto Ilustrativa: Freepik

A tosse é um reflexo do organismo como forma de limpar as vias aéreas. Mas quando ela é provocada por alergias, tem algumas características específicas. E são justamente as crises de tosse nas crianças que têm levado muitos pais a procurarem ajuda médica especializada. Mas como saber se a tosse é alergia ou algum resfriado, por exemplo?

Segundo especialistas, um dos primeiros sintomas da alergia respiratória em crianças é a tosse. A alergia pode atrapalhar o sono, com muitos despertares noturnos, além de prejudicar o desenvolvimento e o rendimento escolar da criança.

De acordo com a médica pediatra e alergologista do Laboratório Proclínico, Vanessa Araújo, quando se fala em alergias, as mais comuns têm sido as respiratórias. “Alergia a gente herda, não rouba. A gente já nasce com aquela informação no nosso DNA, que pode ser manifestada por causa de fatores ambientais, do meio que a criança vive”, enfatiza a médica. 

Geralmente, a tosse alérgica infantil é caracterizada por ser uma tosse seca persistente, que acontece por conta de uma reação do organismo a um agente considerado agressor.

De modo geral, a tosse alérgica infantil é provocada por fatores ambientais, como poeira, ácaro e pólen e muitas vezes está associada a uma alergia respiratória como rinite, sinusite ou asma. Mas ela também pode ser causada por perfume, pelo de animais, fumaça de cigarro e produtos de limpeza.

“Quanto pior o controle ambiental, pior o controle dessa doença. Eu sempre falo que a base do tratamento de qualquer doença alérgica é o controle ambiental. Proteínas de pelo de animal, saliva de gato, poeira, ácaro, fungo, tudo isso têm relação com a piora e com as exacerbações das doenças alérgicas, principalmente respiratórias, não esquecendo das alergias de pele também”, diz a especialista.

COMO SABER SE A TOSSE DO MEU FILHO É ALÉRGICA OU NÃO?

Os especialistas chamam a atenção para a presença, nas tosses alérgicas, de outros sintomas, como olhos lacrimejantes, espirros, chiado no peito e falta de ar. Além disso, a tosse alérgica é mais seca e não apresenta sintomas como febre, fadiga ou falta de apetite. É comum, também, que essa crise de tosse se repita de forma semelhante e com frequência.

De qualquer forma, o diagnóstico definitivo para a causa da tosse só pode ser feito por um médico especialista após análise do paciente. “Existe um caminhar nesse processo de alergia. É como um relógio, que vai rodando ali no sentido horário mesmo quando se tem alergia. E a função do especialista é fazer com que esse relógio vá voltando os ponteiros, tentando estabilizar o mais rápido possível essa criança para a gente evitar as sequelas mais graves”, explicou a alergologista Vanessa Araújo.     

MUDANDO HÁBITOS DOMÉSTICOS

Fátima Provençano é personal trainer e mãe de Benjamin, uma criança de 8 anos de idade, que recebeu diagnóstico de laringite. “Eu comecei a prestar atenção nas tosses dele e aquela tosse seca começava a me deixar desesperada, porque eram tosses como se estivesse faltando ar. Vendo aquela tosse, resolvi procurar a especialista, porque eu vi que poderia ser algum tipo de alergia e aí começamos a fazer o tratamento. Mas não era só o tratamento com o medicamento, comecei a fazer movimento também dentro de casa, de cuidar da casa também”, relata Fátima.

Como exemplos de mudança de hábitos em casa, a mãe diz que parou de usar vassoura. “Paramos de varrer, porque levanta a poeira. E agora passamos pano úmido. Também temos cachorro, gato e redobramos o cuidado de passar pano toda hora e outros hábitos”, conta a mãe.

Segundo a médica Vanessa Araújo, varrer a casa realmente é um hábito que prejudica o controle ambiental para as alergias. Ela listou recomendações práticas para evitar crises alérgicas: 

  • Não varrer, porque levanta a poeira. Preferir aspirar ou passar pano; 

  • Retirar bichos de pelúcias e almofadas;

  • Manter cortinas sempre lavadas; 

  • Manter pets vacinados e com banho semanal;

  • Deixar janelas abertas para arejar o ambiente;

  • Limpar ar-condicionados e ventiladores;

“Sobre os pets, o que eu não oriento de forma alguma é dormir com o bichinho na cama, porque mesmo mantendo o animal higienizado, a proteína fica ali em contato direto com você, e de preferência nem dormir no mesmo quarto. Cheiro de amaciante em roupa de cama também é fator de risco para desenvolver uma crise alérgica e deve ser evitado”, finaliza a especialista.

Alergias infantis foram tema do Episódio 07 do Videocast “Saúde em Foco”, um projeto do Pajuçara Sistema de Comunicação (PSCOM)  em parceria com o Centro Universitário Cesmac e o Laboratório Proclínico. Assista aqui ao Episódio 07