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Paciente enfrentou câncer de próstata após pai e 3 irmãos terem a doença

Ana Carla Vieira | 17/11/23 - 10h38
Acervo Pessoal

Na hora de escolher entre enfrentar os tabus e ter a chance de um decisivo diagnóstico precoce, Alberto Luiz Freitas não teve dúvida alguma. Ele, que presenciou o pai e três irmãos serem acometidos pelo câncer de próstata, optou por fazer o acompanhamento com exames periódicos a cada 6 meses. "Eu tenho um amigo que nunca fez o exame do toque porque ele acha que mexe com a masculinidade. Mas o cara que fizer, não vai deixar de ser homem. É um tabu que ainda mexe com muita gente", pondera Alberto.

Autônomo, hoje tem 62 anos de idade, ele procurou o médico desde os 40 para o acompanhamento da próstata. De 6 em 6 meses, ele fazia o exame de PSA [Antígeno Prostático Específico, do inglês 'Prostate Specific Antigen'], que é o exame de sangue capaz de identificar se o paciente está com uma situação de aumento benigno da próstata ou de cancro da próstata. Se houver uma suspeita da presença de cancro, deve ser realizada uma biópsia.

"Além do PSA, anualmente eu fazia o exame do toque. Muitos homens ficam nesse tabu e não fazem os exames. Você não vai deixar de ser homem por isso. Você tem que encarar isso como um tratamento para o seu próprio bem", enfatiza Alberto.

Em 2019, durante um desses exames de rotina, foi constatada uma elevação acima da normalidade. Depois de mais alguns exames, o diagnóstico veio: Alberto estava com câncer de próstata.

Separado e com histórico familiar da doença, Alberto relata sobre a dificuldade em enfrentar a cirurgia e o pós-operatório. Ele passou pela cirurgia robótica, feita com o auxílio de um robô e uma câmera 3D. "Estou me tratando com fisioterapia e injeções para ter o mínimo de funcionalidade no pós-cirurgia. Quem não tiver uma cabeça muito boa ou uma companheira que entenda a situação pela qual você está passando naquele momento, fica mais difícil. Pra mim, não está sendo fácil. Mas a gente vai levando um dia de cada vez", relata o autônomo.

A cirurgia de retirada da próstata, ou prostatectomia, é dos um procedimentos no tratamento do câncer de próstata, o segundo tipo mais comum na população masculina, ficando atrás apenas do câncer de pele não melanoma.

"Não é nada fácil e agradeço a Deus por conseguir ter feito a minha cirurgia. Prefiro mil vezes estar vivo do que ter morrido. Mas o pós-cirúrgico realmente não é nada fácil, mexe muito com a masculinidade. A cirurgia tira tudo e quando o homem tira a próstata, não volta a ser como era antes", desabafa.

As principais complicações da prostatectomia são a disfunção erétil, quando o paciente pode ter desde uma pequena perda de ereção até a disfunção completa, e a incontinência urinária, quando há perda de controle da bexiga, variando de uma ligeira perda de urina após espirrar, tossir ou rir até a total incapacidade de controlar a micção.

Essas complicações podem ser tratadas com medicamentos, sempre com orientação médica. Caso a medicação não funcione, existe ainda a opção de injeções no pênis que levam à ereção e, por último, a implantação de uma prótese peniana.

E não é à toa que os médicos enfatizam sempre a importância do diagnóstico precoce. Quanto antes for identificado e tratado o câncer, maiores são as chances de cura.

A cirurgia de retirada da próstata, ou prostatectomia, é dos um procedimentos no tratamento do câncer de próstata. Foto: Ilustração/Freepik

"Tem amigo que fala que prefere morrer do que fazer o toque. Eu, graças a Deus, sou uma pessoa bem humorada e sei que ninguém vai [morrer] antes do dia. Eu levo na maior tranquilidade com essa questão dos exames, inclusive brinco com muitos amigos perguntando: já foi hoje fazer o toque?", finaliza Alberto.

Serviço

O TNH1, reconhecendo a importância de campanhas de conscientização e para levar ainda mais informação, durante este mês, em parceria com a Oncoclinica e a Unima Afya, realiza a série "Cores da Prevenção: Novembro Azul”, uma série de reportagens sobre câncer de próstata e a saúde do homem.

Na Oncoclínica, pacientes em tratamento contra o câncer recebem tratamento humanizado, com equipe multiprofissional.

A Unima/ Afya disponibiliza orientação jurídica e atendimento gratuito para a comunidade em sua clínica de saúde.