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Idade x Câncer de Pele: como o corpo "acumula" raios UV ao longo da vida

Ana Carla Vieira | 16/12/23 - 14h00
Fotos: Freepik

Segundo projeções estatísticas, a incidência de câncer em pessoas acima de 65 anos deverá sofrer aumento de 67% entre 2010 e 2030. No câncer de pele não é diferente: o maior número de pacientes realmente está na população idosa, devido ao efeito cumulativo da radiação que é adquirida com o passar dos anos.

Mas se engana quem pensa que os cuidados voltados à pele só devem começar com o avançar da idade. É que segundo especialistas, há um "efeito cumulativo" da radiação UV no corpo, que faz com que devamos recorrer à proteção desde crianças.

Quem fala sobre o assunto é a dermatologista oncológica da Oncoclínica Alagoas, Drª Ana Carolina Beraldo. "Sempre digo aos meus pacientes que a pele da gente tem memória. Todo sol que tomamos na infância e ao longo da vida, vai ser 'acumulado' ou melhor dizendo, vai modificando o DNA das nossas células e com o passar dos anos a pele irá 'lembrar' disso na forma de pintas, sardas, manchas e até câncer de pele", explica a dermatologista oncológica.

"A radiação ultravioleta, tanto a UVA, quanto a UVB, tem efeito cumulativo. Essa radiação penetra profundamente na pele e modifica o DNA, provocando diversas alterações, desde bronzeamento, manchas, rugas, até o câncer de pele", diz a médica.

Por isso, os cuidados devem começar cedo. "Vários estudos têm demonstrado que queimaduras solares - e quando falo de queimadura solar, digo a criança que ficou vermelhinha após tomar sol -, principalmente antes dos 10 anos de idade, têm maior chance de desenvolvimento do melanoma. Por isso a proteção solar tem que ser iniciada precocemente na infância", explica Drª Ana Carolina.

Outro fato que merece atenção é que, embora raro, também é registrado câncer de pele na infância. De acordo com especialistas, mais comuns em crianças de pele bem clara, as pintinhas geralmente são benignas. Já o câncer de pele na criança é associado às pintas mais escuras. Nas crianças os sinais de alerta são:

  • alterações em pintas já existentes (crescimento, mudança de cor, ulceração, sangramento)

  • surgimento de uma nova lesão que aparece e persiste por mais de 1 a 2 meses

  • aspectos da história familiar também são importantes, já que algumas vezes pode existir uma predisposição genética, isto é, fatores de risco hereditários que podem aumentar a chance de uma criança desenvolver um câncer de pele.

Para as crianças que nascem com pintas desde o nascimento, devem servir como sinais de alerta alterações na forma, cor ou tamanho. E em caso de dúvidas para lesões persistentes, o ideal é procurar um médico de confiança para o diagnóstico correto.

Já com relação aos idosos, os cuidados são redobrados e, além de manter a proteção solar, é necessária uma consulta, pelo menos anual, com dermatologista para avaliação dos sinais e manchas que o paciente foi acumulando ao longo da vida.

Como reforça a médica oncologista clínica, da Oncoclínica Alagoas, Drª Patrícia Amorim, a prevenção é sempre a melhor estratégia contra qualquer doença. "Entramos no verão, no período de férias, de lazer, diversão, festas... Período que expomos ainda mais o nosso corpo aos raios ultravioletas e se não nos protegermos, não nos cuidarmos, ficamos mais vulneráveis ao câncer de pele. Sendo assim, é importante reforçarmos o uso do protetor solar de forma adequada, a preferência pela sombra, o uso de roupas com proteção UV, a não exposição ao sol entre 9h e 16h etc. Além disso, é importante que as pessoas saibam identificar quando algo está errado na pele e o que fazer se surgir a dúvida. A prevenção e o diagnóstico precoce são sempre a melhor estratégia", diz a especialista.

Serviço

O TNH1, reconhecendo a importância de campanhas de conscientização e para levar ainda mais informação, durante este mês, em parceria com a Oncoclínica e a Unima Afya, realiza a série "Cores da Prevenção: Dezembro Laranja”, uma série de reportagens sobre câncer de pele.

Na Oncoclínica, pacientes em tratamento contra o câncer recebem tratamento humanizado, com equipe multiprofissional.

A Unima/ Afya disponibiliza orientação jurídica e atendimento gratuito para a comunidade em sua clínica de saúde.