Seja para curtir um dia ensolarado na praia ou na piscina, para praticar atividade física ou até para trabalhar, nos últimos anos vimos a popularização das chamadas “roupas UVs” no Brasil, país extremamente tropical.
As “roupas UVs” são blusas, camisetas, vestidos e afins em tecido leve e com proteção contra os raios solares nocivos à saúde.
Diante da dificuldade que pais e mães encontram em passar protetor solar nas crianças, por exemplo, as camisas UV surgiram como importante aliado para garantir o lazer da criançada com proteção.
Mas será que dá para confiar na proteção das roupas UVs? Elas realmente protegem adequadamente? Quais os cuidados necessários? Para responder a todas essas dúvidas, o TNH1 conversou com a dermatologista oncológica da Oncoclínica Alagoas, Drª Ana Carolina Beraldo, que defendeu um “conjunto de proteção solar”.
“Eu vejo muito no consultório pacientes que chegam falam: ‘ah, eu não uso protetor solar porque eu uso chapéu e eu uso a camiseta UV’. Sim, mas tem outras áreas do corpo que estão expostas ao sol e tem que usar o protetor solar, como rosto, mãos, orelha, pernas e pé. Então não podemos dizer que a camisa substitui ou é melhor que o protetor. Há um conjunto, uma agregação que tem que ter de protetor solar, de chapéu, de camisa, de óculos de sol...”, frisou Drª Ana Carolina Beraldo.
No entanto, as camisas UVs continuam a ser defendidas e estimuladas pelos profissionais, porque carregam uma proteção importante. “Para a criança, que é muito mais complicado aplicar o protetor solar - quem é mãe sabe - já há estudos recentes sobre os benefícios da camisa UV. Esses estudos mostraram que crianças que usam essas camisas de proteção tem uma diminuição das pintinhas, que a gente chama de nevos, e popularmente são chamados de sinais com o passar dos anos”, pontuou a dermatologista.
Estudos já mostram os benefícios da camisa UV para crianças - Foto: Ana Carla Vieira/TNH1 |
“Então, significa que a camiseta UV tem, sim, o seu fator de proteção solar e ela é mais do que importante para atletas, para pessoas que trabalham expostas ao sol, que transpiram muito e acaba ficando difícil reaplicar um protetor solar no corpo todo de duas em duas horas ou após um excesso de água extremo. Um atleta que sua bastante, que transpira bastante, é difícil ficar aplicando um protetor de duas em duas horas ou após transpiração, após uma atividade física. Então, foi visto que a camisa UV tem uma eficácia igual ao protetor solar, mas eu sempre gosto de deixar claro e sempre lembrar também do uso do protetor solar para as áreas que não vão estar sob a camiseta”, enfatizou a médica.
Como funciona a proteção das roupas UV
A dermatologista explicou que qualquer roupa tem proteção solar, tanto uma roupa comum quanto uma roupa UV, a depender da trama do tecido. “Em uma roupa comum, quanto mais entrelaçada for a trama do tecido, maior é o fator de proteção para o corpo, porque vão haver menos ‘buraquinhos’ passando para irradiar a pele. Outro fator apontado em vários estudos é que a quantidade de corante ajuda na proteção de uma roupa normal, sendo que quanto maior a quantidade de corante utilizado num tecido normal maior vai ser a proteção em uma roupa comum”, detalhou a profissional.
Já com relação às camisas UVs, a médica aponta que existem dois tipos no mercado: o têxtil UV e a blusa com aditivos químicos. “O têxtil UV segue a lógica das roupas comuns, tanto com relação à trama quanto ao corante. Então foram desenvolvidas técnicas para fazer tecidos com uma trama bem entrelaçada, bem firme, fechada. Geralmente, esses tecidos são feitos de fibras sintéticas, como poliéster e nanofibras. Além disso, vão ser utilizados junto os corantes, principalmente corantes que têm brilho, porque foi percebido que o brilho ajuda a refletir mais a radiação ultravioleta”, esmiuçou Drª Ana Carolina.
“No outro tipo, são colocados aditivos químicos, como se fosse um protetor solar mesmo na camiseta, e com o passar do tempo, conforme for lavando a roupa, esse aditivo químico vai diminuindo. Então, conforme vai usando, vai perdendo a proteção do aditivo químico. Mesmo assim, quando for perdida essa proteção, ela vai continuar protegendo em menor escala por se tornar uma roupa comum. Essas camisetas UVs com aditivos químicos têm uma durabilidade de 20 lavagens em média”, disse a especialista.
Cuidar da pele e se proteger é sempre a melhor prevenção contra o câncer. “Isso pode ser feito através do uso do protetor solar, camisetas, chapéus e óculos escuros. A campanha Dezembro Laranja é realizada justamente para marcar a importância da prevenção e informação a toda a população sobre o que é o câncer de pele, como se prevenir e quando suspeitar de uma lesão”, finaliza Drª Ana Carolina Beraldo.
Serviço
O TNH1, reconhecendo a importância de campanhas de conscientização e para levar ainda mais informação, durante este mês, em parceria com a Oncoclínica e a Unima Afya, realiza a série "Cores da Prevenção: Dezembro Laranja”, uma série de reportagens sobre câncer de pele.
Na Oncoclínica, pacientes em tratamento contra o câncer recebem tratamento humanizado, com equipe multiprofissional.
A Unima/ Afya disponibiliza orientação jurídica e atendimento gratuito para a comunidade em sua clínica de saúde.