Um tremor de terra em uma tarde de sábado, em março de 2018, mudaria para sempre a vida dos moradores do tradicional bairro do Pinheiro e, logo em seguida, de outros do entorno, na capital alagoana. Na sequência, geólogos, engenheiros e uma série de especialistas se debruçaram sobre a região para entender o fenômeno, constatando-se que o afundamento do solo tinha relação com a exploração de sal-gema. Essa narrativa resume um cenário que chegou a ser manchete até mesmo da imprensa internacional.
Passados seis anos, a face dos bairros Pinheiro, Bebedouro, Mutange e Bom Parto mudou completamente, sendo esvaziados gradativamente. E desse vazio nasceram questionamentos que precisam e devem ser respondidos. O que está sendo feito ou está sendo planejado para que os cerca de 40 mil moradores afetados retomem as suas vidas? E a infraestrutura dos bairros, o que já foi providenciado e qual o futuro daquela região? Afinal, após desocupações, propostas e acordos, como fica Maceió?.
O TNH1 e a TV Pajuçara saíram em campo para buscar essas e outras respostas, em uma série especial de reportagens que vai ao ar às quartas-feiras, e no dia seguinte, o assunto continua em pauta na Rádio Pajuçara FM.
As ações que você vai acompanhar no Programa Fique Alerta e aqui no TNH1 são fruto de uma série de compromissos firmados pela Braskem com o poder público. Um pacote de medidas para reparar, mitigar e compensar os efeitos da subsidência do solo em Maceió.
"Nós lamentamos profundamente todo o impacto social causado na vida das pessoas. Cinco bairros tradicionais de Maceió, com toda sua vida, sua rotina. Por isso desde maio de 2019, quando foi diagnosticado que a nossa extração de sal era a causa principal [do afundamento do solo], nós começamos a endereçar todo o assunto de como cuidar das pessoas e de toda a região", afirma Marcelo Arantes, Vice-presidente de Pessoas, Comunicação, Marketing e Relações com a Imprensa da Braskem.
Arantes, que recebeu a equipe de reportagem em um dos canteiros de obras. Confira um quadro resumo dos compromissos assumidos pela mineradora:
Há 4 anos, a Braskem iniciou a realocação preventiva das áreas de desocupação. Desde então, cerca de 40 mil pessoas foram realocadas preventivamente. Até agora, 99,8% do total de propostas de indenização financeira já foram apresentadas às famílias e comerciantes que atuavam nas áreas de desocupação e 94% estão pagas. Mais de R$ 3,97 bilhões já foram utilizados somente no Programa de Compensação Financeira e Apoio à Realocação (PCF). Veja os números atualizados:
A Braskem afirma que as propostas remanescentes continuam sendo encaminhadas. Os recursos já reservados para todas as ações de Maceió são de R$ 15,5 bilhões e incluem desembolsos feitos diretamente pela Braskem ou transferências ao poder público. Cerca de R$ 9,5 bilhões já foram utilizados.
►►► ACORDOS POSSIBILITARAM AÇÕES |
Os trabalhos realizados nos bairros afetados com os impactos da subsidência do solo e também da desocupação dos trechos afetados continuam, e uma equipe de mais de 1.000 profissionais em diversas áreas – técnicos sociais, advogados, arquitetos, ambientalistas, engenheiros, agrônomos, geólogos, psicólogos, veterinários, equipes de zeladoria, vigilância patrimonial e muitos outros fazem esse trabalho.
Esses compromissos foram planejados com base em 5 acordos assinados entre a petroquímica e órgãos públicos como ministérios públicos Federal, Estadual e do Trabalho, defensorias públicas da União e do Estado, e Município de Maceió.
Além do acordo para desocupação dos imóveis definidos pela Defesa Civil de Maceió e pagamento de indenização para moradores e comerciantes das áreas afetadas, a Braskem destinou R$ 40 milhões somente para a construção de escolas e programas de qualificação de microempreendedores e profissionais da indústria e do comércio; outros R$ 1,7 bilhão de indenização, compensação e ressarcimento ao Município de Maceió, recursos sob a gestão da Prefeitura; e também assinou o Acordo Socioambiental, com uma série de medidas para mitigar, compensar ou reparar impactos causados pela desocupação dos bairros, por exemplo obras para mobilidade urbana, construção de equipamentos de saúde e áreas de convivência.
Na região dos Flexais, a empresa está implementando as 23 medidas socioeconômicas definidas no Projeto Integração Urbana e Desenvolvimento dos Flexais. A área fica fora do mapa de desocupação definido pela Defesa Civil.
Para estabelecer a dinâmica socioeconômica da região, será construída uma UBS, creche-escola, centro de apoio aos pescadores, centro comercial, um píer, além de realizada a requalificação das ruas Tobias Barreto, Faustino Silveira e da Praça Nossa Senhora da Conceição. Diversos cursos de capacitação profissional para a comunidade também estão sendo realizados, entre outras iniciativas.
Outra importante ação na região afetada é o projeto Aflora Mangue, criado para recompor uma área de mais de 45 hectares de manguezal. O plantio de 14 mil mudas já começou e está sendo realizado em uma área de 3 hectares às margens da Lagoa Mundaú. Uma equipe de especialistas monitora a fauna do manguezal.
Mas a grande obra no local é o trabalho de estabilização e drenagem da Encosta do Mutange, numa área de 350 mil m². Até março, mais de 70% da obra já havia sido concluída.
►►►ASSISTA TAMBÉM À REPORTAGEM COMPLETA DA TV PAJUÇARA |
Divulgada em multiplataforma, a série "Como fica Maceió?" também pode ser conferida no programa Fique Alerta, da TV Pajuçara. Mas se você não acompanhou, pode conferir aqui, na íntegra: Assista:
►►► PRÓXIMO EPISÓDIO ► FECHAMENTO DOS POÇOS |
No segundo episódio da série "Como fica Maceió?", na próxima quarta-feira, 1º de maio, vamos mostrar em detalhes o trabalho de fechamento dos poços. O trabalho está sendo feito com base em um plano apresentado às autoridades e aprovado pela Agência Nacional de Mineração (ANM).
As equipes da TV Pajuçara e TNH1 conheceram de perto a situação desses poços, que em alguns momentos chegaram a gerar controvérsias e informações desencontradas. Você vai conhecer as diferentes técnicas, como o fechamento natural e com areia.