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Câncer de pele em foco: entendendo as causas e os tipos da doença

Ana Carla Vieira | 12/12/23 - 15h05
Foto: Freepik

O câncer de pele é uma doença provocada pelo crescimento anormal e descontrolado das células que compõem a pele. Essas células se dispõem formando camadas e, de acordo com as que forem afetadas, são definidos os diferentes tipos de câncer.

De acordo com a dermatologista clínica e oncológica da Oncoclínica Alagoas, Drª Ana Carolina Beraldo, existem dois tipos básicos de câncer de pele, que são classificados em câncer de pele melanoma e câncer de pele não melanoma, onde se encontra o carcinoma basocelular, que é o câncer mais comum do mundo e o carcinoma espinocelular.

“Embora a incidência do carcinoma basocelular seja alta, ele possui uma letalidade muito baixa, mas pode provocar cicatrizes desfigurastes se não tratado a tempo. Já o melanoma possui uma incidência baixa, de 3% dos casos de câncer de pele, mas é o mais letal de todos, causando a maioria dos óbitos”, exemplifica a dermatologista oncológica.

Segundo dados da Sociedade Brasileira de Dermatologia, os carcinomas são responsáveis por 177 mil novos casos de câncer por ano. E o melanoma, o tipo mais agressivo e letal da doença, registra 8,4 mil casos anualmente.

Mas o que pode desencadear o crescimento anormal das células que compõem a célula, dando origem a um câncer? A Drª Carol Beraldo explica que são vários os fatores. “O primeiro é a exposição prolongada ao sol e sem uso do protetor solar. Pacientes com pele clara (ruivos e loiros) têm maior probabilidade, o que não significa que negros não tem, porém são casos mais raros. Pacientes imunossuprimidos (como transplantados), ou que possuem doenças como xeroderma pigmentoso, psoríase, ou cicatrizes crônicas de queimadura ou ainda pacientes que estão realizando ou já realizaram radioterapia também têm maior probabilidade de desenvolverem câncer de pele”, enfatiza a médica.

A especialista pontua ainda que as “manchas” aparecem conforme o tipo de câncer de pele. “Por exemplo, o carcinoma basocelular costuma aparecer mais na população idosa, diferente do melanoma, onde o pico de incidência costuma ser entre os 45 aos 60 anos de idade”, diz.

E quando se fala em prevenir o câncer de pele, os especialistas são unânimes: a principal prevenção é evitar a exposição solar excessiva e proteger a pele dos efeitos da radiação UV. “Isso pode ser feito através do uso do protetor solar, chapéus, camisetas e óculos escuros. A campanha Dezembro Laranja é realizada justamente para marcar a importância da prevenção e informação a toda a população sobre o que é o câncer de pele, como se prevenir e quando suspeitar de uma lesão”, finaliza Drª Ana Carolina Beraldo.

Confira a diferenciação dos tipos de câncer de pele, segundo a Sociedade Brasileira de Dermatologia

  • Os carcinomas basocelulares (CBCs) surgem mais frequentemente em regiões expostas ao sol, como face, orelhas, pescoço, couro cabeludo, ombros e costas. Podem se desenvolver também nas áreas não expostas, ainda que mais raramente. Em alguns casos, além da exposição ao sol, há outros fatores que desencadeiam seu surgimento. O tipo mais encontrado é o CBC nódulo-ulcerativo, que se traduz como uma pápula vermelha, brilhosa, com uma crosta central, que pode sangrar com facilidade. Tem baixa letalidade e pode ser curado em caso de detecção precoce.

  • Carcinoma espinocelular (CEC):  segundo mais prevalente dentre todos os tipos de câncer. Pode se desenvolver em todas as partes do corpo, embora seja mais comum nas áreas expostas ao sol, como orelhas, rosto, couro cabeludo, pescoço etc. A pele nessas regiões, normalmente, apresenta sinais de dano solar, como enrugamento, mudanças na pigmentação e perda de elasticidade. O CEC é duas vezes mais frequente em homens do que em mulheres. Assim como outros tipos de câncer da pele, a exposição excessiva ao sol é a principal causa do CEC, mas não a única. Alguns casos da doença estão associados a feridas crônicas e cicatrizes na pele, uso de drogas antirrejeição de órgãos transplantados e exposição a certos agentes químicos ou à radiação. Normalmente, os CECs têm coloração avermelhada e se apresentam na forma de machucados ou feridas espessos e descamativos, que não cicatrizam e sangram ocasionalmente. Eles podem ter aparência similar à das verrugas. Somente um médico especializado pode fazer o diagnóstico correto.

  • Melanoma: tipo menos frequente dentre todos os cânceres da pele, o melanoma tem o pior prognóstico e o mais alto índice de mortalidade. Embora o diagnóstico de melanoma normalmente traga medo e apreensão aos pacientes, as chances de cura são de mais de 90%, quando há detecção precoce da doença. O melanoma, em geral, tem a aparência de uma pinta ou de um sinal na pele, em tons acastanhados ou enegrecidos. Porém, a “pinta” ou o “sinal”, em geral, mudam de cor, de formato ou de tamanho, e podem causar sangramento. Por isso, é importante observar a própria pele constantemente, e procurar imediatamente um dermatologista caso detecte qualquer lesão suspeita. Essas lesões podem surgir em áreas difíceis de serem visualizadas pelo paciente, embora sejam mais comuns nas pernas, em mulheres; nos troncos, nos homens; e pescoço e rosto em ambos os sexos. Além disso, vale lembrar que uma lesão considerada “normal” para um leigo, pode ser suspeita para um médico.

Pessoas de pele clara e que se queimam com facilidade quando se expõem ao sol têm mais risco de desenvolver a doença, que também pode manifestar-se em indivíduos negros ou de fototipos mais altos, ainda que mais raramente.

A hereditariedade desempenha um papel central no desenvolvimento do melanoma. Por isso, familiares de pacientes diagnosticados com a doença devem se submeter a exames preventivos regularmente. O risco aumenta quando há casos registrados em familiares de primeiro grau.

Serviço

TNH1, reconhecendo a importância de campanhas de conscientização e para levar ainda mais informação, durante este mês, em parceria com a Oncoclínica e a Unima Afya, realiza a série "Cores da Prevenção: Dezembro Laranja”, uma série de reportagens sobre câncer de pele.

Na Oncoclínica, pacientes em tratamento contra o câncer recebem tratamento humanizado, com equipe multiprofissional.

Unima/ Afya disponibiliza orientação jurídica e atendimento gratuito para a comunidade em sua clínica de saúde.