Afroempreendedorismo: Que negócio é esse?

Como pretos e pardos estão tentando driblar desigualdades estruturais para conquistar autonomia financeira, protagonismo e inclusão social

03/06/23 - 18h48

►POR GILSON MONTEIRO

As estatísticas são velhas conhecidas e incomodam qualquer um que não finja normalidade diante da desigualdade histórica: A população preta e parda tem os piores empregos, menor escolaridade, são maioria na informalidade e tem renda quase sempre mais baixa que a dos brancos.

Conversados sobre essa realidade incontestável, vamos tentar entender o surgimento de um ecossistema próprio para o “afroempreendedorismo” e como ele se desenha atualmente, fruto dessa disparidade estrutural que se instala também no âmbito econômico.

Mas o afroempreendedorismo, termo cunhado recentemente, que sequer consta dos dicionários, vem ajudando a cimentar novas oportunidades e a impor um lugar de fala do negro também na economia brasileira. Uma inclusão econômica que pode tirar muita gente da base da pirâmide e dar-lhes representatividade no PIB do país. Negócios liderados por pessoas negras já movimentam em torno de R$ 359 bilhões em renda própria por ano, segundo dados do Instituto Locomotiva.

Afronegócios, empoderamento, inclusão. Palavras, pessoas e ideias que começam a se conectar, fomentando pequenos negócios, startups e grupos organizados. Um movimento que se capilariza  de forma crescente, apesar de nem sempre ser percebido enquanto fator de emancipação negra, e que coleciona histórias de mobilidade socioeconômica que só foram possíveis graças ao empreendedorismo  e sua rede de fortalecimento.

O TNH1 conta algumas dessas experiências. Gente preta que busca no empreendedorismo de impacto social a oportunidade geralmente negada por um sistema racista, que nega crédito, reduz oportunidades e marginaliza.  Realidades fáceis de enxergar a olhos mais sensíveis, mas que nem todos conhecem. Vamos descobrir que negocio é esse...

Para apresentar e fomentar o tema do empreendedorismo no viés das pessoas negras, o TNH1 promoveu em seu perfil no Instagram a live “Afroempreenderoismo: Que Negócio é esse?” como parte desta reportagem.

A conversa, realizada no último dia 30 de maio (assista na íntegra abaixo), teve como convidado um dos pioneiros e uma das maiores autoridades do assunto em Alagoas, cujo trabalho já desponta para outras regiões. Jonathan Silva, 32 anos, é Co-fundador da Rede Cenafro, vencedor do Prêmio Pretos Empreendedores da Central Única das Favelas (Cufa), mentor na área de afroempreendedorismo e Gestão de afronegócios. De malas prontas para a África do Sul, onde fará um intercâmbio, Jonathan participou da Live com o TNH1 direto do Maranhão, onde participava do Neon, evento de inovação promovido pelo Sebrae.

Embrenhado de forma mais efetiva no mundo do empreendedorismo em 2011 quando fez um curso de inovação no Sebrae-AL, Jonathan explica que participação na economia é consequência para o empreendedor negro, mas não é  apenas sobre isso que estamos falando.  Em suas falas estão incutidas uma lição:  Apoderar-se de sua ancestralidade, combater o racismo para empreender e empoderar-se:

 “Quando falamos de afroempreendedorimso não podemos deixar de falar sobre racismo estrutural.  O principal fator que o afroempreendedorimo traz é a questão da ancestralidade, com olhar de pertencimento, e de valorização dos grandes feitos. A nossa história não começou nos porões dos navios. Vem de muito antes”.

Formado em administração numa universidade pública no Agreste alagoano, o grande passo para o afroempreendedorismo veio em 2016, quando fundou a Rede Cenafro, que funciona como uma vitrine de negócios afro sempre pautado pelo legado da ancestralidade da raça, apoiando negócios com uma visão de construção de futuros possíveis os afrodescendentes.

“O caminho que trilhei me ajudou a entender  como eu poderia ser mais efetivo  no combate ao racismo estrutural, que é potencializando os meus. Trazendo o apoderamento antes do empoderamento. Quando a gente tá alicerçado  de conhecimento, nós nos apoderamos, para depois isso reverberar em empoderamento”, teoriza.

Assista à live na íntegra: 

Sem nunca perder o foco na inovação e aceleração dos afronegócios, Jonathan Silva fundou a startup Formmer Afro Consultoria.“Desenvolvemos a metodologia da startup  e estamos lançando um programa de aceleração para afronegócios, e uma plataforma que vai promover capacitações, orientação empresarial mas com foco no afroeempredeorismo”. No Startup Nordeste, a Formmer Afro ficou entre os 30 negócios selecionados entre 200 para uma ação de aceleração.

Somando o trabalho da Rede Cenafro e da startup, Jonathan e sua equipe já impactaram mais de 400 afronegócios e projetos de pessoas negras. Entre eles o Coletivo Nosso Ilê, história que você conhecerá nesta matéria. "São negócios e parcerias que atuamos aqui e em nível nacional. Esses negócios receberam suporte,esses afroempreendedores foram mentoradas e estão aí prestando serviço", comemora Jonathan.

NINGUEM SOLTA A MÃO DE NINGUÉM- Ele observa um dos fatores importantes da rede de fortalecimento fomentada por projetos como a Rede Cenafro e sua startup é o apoio e incentivo para quem, diante dos obstáculos, pensa em desistir do empreendimento. "Sobretudo no período da pandemia, muitos que estavam a ponto de desistir, de não querer mais, mas demos esse suporte e hoje estão aí no mercado com seus produtos e serviços". 

No Brasil, a realidade da grande maioria dos empreendedores negros não é herdar o negócio da família nem se preparar para o mercado de trabalho frequentando as melhores escolas.  Os estudos apontam que, entre os negros, grande parte pratica o chamado “empreendedorismo de necessidade, superando o empreendedorismo de oportunidade.

Dito isso, o questionamento sobre a especificidade de se estruturar um ambiente próprio para o afronegócio já perde o sentido. Mas há quem insista na indagação. Não por acaso em um dos comentários da live do TNH1 um internauta classificou o debate como “babaquice”. Jonathan Silva ajuda a esclarecer: 

"Se todos fossem iguais,  não estaríamos aqui discutindo  sobre isso. Muitas vezes o empreendedor negro está estruturado, tem plano de negócios, sabe para quem vender, mas tem o fator do racismo estrutural, porque ele vai enfrentar um sistema que é racista”.  Como isso funciona na prática, os números mostram...

FONTES: Dados: (I) Instituto Locomotiva (II) GEM e IBQP (III) Instituto Locomotiva/Feira Preta/Penad (IV) Movimento Black Money e RD Station e a Inventivos

OS GARGALOS: “Empreendedor negro tem crédito negado 3 vezes mais do que o branco no Brasil

Analisando o cenário dos negócios de pretos e pardos, Jonathan cita três obstáculos que explicam a dificuldade da pessoa negra empreender.  

 “Aponto três fatores que impedem que os empreendedores negros avancem. Infelizmente de acordo com pesquisas, entre o empreendedor branco e o empreendedor negro quando vai a uma instituição bancária, o negro tem 3 vezes mais chances de ter o crédito negado”. O número citado por ele vem de estudos do Instituto Locomotiva e do SBA (Small Business Administration), agência do governo dos Estados Unidos que presta serviços semelhantes ao Sebrae.

"O fato de eles não ocuparem posições de gerenciamento e cargos executivos atrapalha a sua capacidade de crescer profissionalmente, e, no mundo dos negócios, de ter acesso ao crédito", frisa.

Os outros pontos, destaca ele, são o racismo e o conceito prévio de quem o negro é antes de tudo um forte, e não pode fraquejar, mesmo que tenha mais barreiras na hora de tocar um negócio. “O racismo institucional que dificulta esse crescimento, e um outro ponto, que é a saúde mental do negro. E a saúde mental da população preta, um ponto que muitas vezes não se discute. O negro tem que ser forte, resistente, não adoecer. Há essa pressão. Por isso é preciso criar esse ambiente, leis para incentivar o afroempreendedorismo”, sugere.

PODER PÚBLICO - Projeto de lei quer melhorar concessão de crédito

As iniciativas do setor público são poucas, mas existem. Um projeto de lei de autoria do senador Fabiano Contarato (PT-ES) propõe dar prioridade e condições favorecidas na concessão de crédito para empreendedores e profissionais liberais negros. Protocolado há dois aos, o Projeto de Lei Complementar 215/2021 está atualmente na Secretaria de Apoio à Comissão de Direitos Humanos e Legislação Participativa.

A dificuldade de acesso ao crédito é uma realidade palpável para Yalla Barros, desde que resolveu empreender, montando o Afroyalla, um estúdio especializado em cabelos crespos e cacheados, no bairro da Jatiúca, na capital alagoana.

“Eu até hoje nunca, jamais consegui um empréstimo. A gente realmente tem essa dificuldade. Eu sempre busquei, mas nunca consegui. Há uma barreira para a população negra nesse sentido. Acabei me virando de outras formas para empreender”, lamenta a empresária.  

Mas esse obstáculo não barrou o seu instinto empreendedor. Da sala de casa, há cerca de duas décadas, ao salão na Jatiúca, o Afroyalla se tornou um case de sucesso do afroempreendedorismo alagoano, tanto comercialmente como pelo resgate da afrodescendência de Yalla e de seus clientes. Um discurso semelhante ao de Jonathan, da Cenafro, e que não poderia ser diferente, e que sere para mostrar como esse resgate de raízes é comum à maioria dos afroempreeendedores.  

“É um resgate. Quando comecei a trançar, fiz contato com pessoas envolvidas em movimentos [ativistas] e para mim isso foi um resgate muito importante. Comecei a entender  como beleza, a autoestima do negro era afetada, a ponto de a gente não conseguir se desenvolver, não lutar por nosso espaço pessoal e profissional”, afirma.

“O Afroyalla surgiu dessa minha necessidade mesmo enquanto mulher negra por um serviço que fosse especializado. Ia a um salão e os produtos e tratamentos não serviam para meu cabelo e há ainda um estranhamento, porque havia o conceito de ‘cabelo ruim’. Mas por que eu tenho que alisar meu cabelo?. Daí a necessidade de um lugar que atendesse a essa demanda”, afirma.

Entre altos e baixos, ao se entender com todas as especificidades de uma empreendedora mulher e negra, Yalla começou a buscar a formalização, descobrindo uma rede de fortalecimento e o Sebrae. “Comecei a empreender. Fui buscar orientação, conhecimento. É aí que entra o Sebrae, quando fui fazer um curso sobre MEI, em 2010, e comecei a entender que é necessário esse suporte, para se profissionalizar e entender o que estamos fazendo. A consultoria com o Sebrae foi indispensável para deixar de improvisar. Foi aí que entendi sobre precificação, gestão, e muitas outras coisas que um empreendedor precisa”, conta.

Integrantes de um mesmo ecossistema, o trabalho da Rede Cenafro nos leva até o Coletivo Nosso Ilê.  O Movimento, surgido há apenas um ano, mas que ganha cada vez mais corpo no cenário do afroempreendedorismo, nasce da necessidade de dar visibilidade ao empreendedor negro além do 20 de novembro, quando o Dia da Consciência Negra traz o holofote para os afrodescendentes.

“Antes os afroempreendedores esperavam durante todo ano para participar do ‘Vamos subir a Serra, no dia 20 de novembro’. Com o surgimento do ‘Nosso Ilê’, em menos de um ano, participamos de pelos menos 10 eventos. Realizamos a ‘1ª Feira Afroempreendedora’, em 2022, tivemos ainda o Las Negras, evento do Sebrae, Festival Alagadiças, Suare Palmares. Tivemos ainda 1ª Feira Afroempreendedora. Tivemos a  oportunidade de estar no maior evento de empreendedorismo do nordeste, o Trakto Show. Então posso dizer que foi um ano extremamente positivo desde o surgimento do Nosso Ilê, em 2022”, comemora Thaisa Torres, presidente do Coletivo.

Hoje ,o Nosso Ilê conta com 25 afroempreendedores associados, além de outros não associados que se integram nos eventos onde o coletivo marca presença. Na cartela de parceiros estão empreendedores do ramo de bares e restaurantes, artesanato, Coaching, moda entre outros. Agora o Coletivo se prepara para uma nova empreitada...

Afrotururo Hub – startup é selecionada pelo BNDES Garagem - Inquieta, Thaisa começa um novo capítulo no universo do afroempreendedorismo. Ainda em fase de desenvolvimento, o Afrofuturo Hub, uma startup que aposta na criação de  um espaço para incentivar e desenvolver negócios de pessoas pretas em Alagoas. O projeto foi selecionado no BNDES Garagem, iniciativa que apoia  negócios de impacto fomentando o empreendedorismo de pequenos negócios e startups.

“A ideia partiu da falta de espaços colaborativos para a cultura e ideias de pessoas pretas no mercado de  inovação, principalmente aqui no estado [Alagoas].A startup vai ser um espaço colaborativo, estimulando a interação de afroempreendores com instituições sejam públicas ou privadas. Vamos oferecer cursos, capacitações. Teremos um espaço de Coworking [espécie de escritório compartilhado], pois no início de qualquer empreendimento é muito difícil ter um espaço físico, devido ao custo, então vamos disponibilizar esse espaço, oferecendo endereço comercial, sala de reuniões, tudo para desenvolver esses negócios”, explica a empreendedora. 

PRECONCEITO PERSISTE– Se a população negra precisa buscar instrumentos e informação para ingressar no empreendedorismo, na outra ponta, a sociedade responde com preconceito e racismo, um obstáculo que Thaisa e as outras meninas do Nosso Ilê conhecem bem.

As falas da representante do coletivo ajudam a reforçar o que disse Jonathan Silva sobre a necessidade de um "empreender" específico para os negros. “Falta a valorização das pessoas para os negócios geridos por pessoas negras. Infelizmente a sociedade ainda vê pessoas negras apenas em cargos de subserviência, por isso a afirmação de sermos "afroempreendedores" para reforçar que existem pessoas da comunidade negra a frente de diversos negócios, e em diversas áreas. Ainda temos muito a avançar , mas acredito que já estamos evoluindo, porque  se portas não são abertas, a gente vai e ‘derruba’ mesmo, para mostrar que podemos estar onde quisermos”, dispara.

Com meio século de incentivo aos micros e pequenos negócios, o Sebrae há um bom tempo começou a dar atenção ao empreendedorismo de impacto social. E os negócios para pessoas pretas e pardas não poderia deixar de estar nesse radar.

“O afroempreendedorismo é em sua maioria um empreendedorismo por necessidade, sobrevivência. A gente tem uma historia de resistência negra, a história de Zumbi dos Palmares, além disso temos mais de 50% da população se auto declara negra. Cada Sebrae, em cada estado, define uma agenda de trabalho. E o Sebrae nacional está cada vez mais investindo nas questões sociais, e dentro da ASG [Agenda Ambiental, Social e de Governança] essas questões da diversidade e inclusão nos negócios é muito importante. O Sebrae Nacional vem com um trabalho mais atento para as periferias, e a maioria das pessoas na periferia é de pessoas negras”, afirma Ana Madalena Sandes, analista da Unidade de Soluções e Inovações do Sebrae Alagoas.

A analista destaca a importância da consciência do papel social para o afroempreendedor. “As pessoas ao procurarem o Sebrae, elas vão empreender dentro de determinado segmento, e vai ter um suporte daquele grupo. Mas no caso do afroempreendedorismo, a cultura, a ancestralidade, ela não pode ficar de lado, para que não seja apenas mais um negócio. É importante trazer essa força da cultura”, observa.

Necessidade de expansão – Mas Ana Madalena Sandes sonha com uma expansão maior dos afronegócios em terra alagoanas. Ela observa que falta expandir a atuação do Sebrae Alagoas para o setor, mas também houve uma falta de adesão dos próprios empreendedores negros.

“Temos várias iniciativas pelo Brasil. Em São Paulo há diversas startups, no  Maranhão tem trabalhos nesse sentido. Apoiamos os grupos que chegam, a exemplo do Nosso Ilê, que é um grupo que nasceu no Sebrae, durante o Empreende Afro  Alagoas[evento realizado em 2021]. É algo que a gente busca trabalhar de forma mais estruturado. Buscar esses grupos, saber como se comunicar com essas pessoas, para que elas façam essa adesão”, explica Sandes.

E-BOOKS - Em 2022, o  Sebrae Alagoas lançou a série “Diversidade e Inclusão”, com quatro e-books recheados de informações, cases e boas práticas para servir de ferramenta para o desenvolvimento de estratégias e cultura organizacional em Micro e Pequenas Empresas. 

Os quatro títulos são separados pelos temas: Pessoas pretas e pardas, Pessoas 60+, LGBTQIAP+ e Pessoas com Deficiência. "Esses e-books trazem temas sobre a diversidade nos negócios, dentro das tratativas da ASG", dia Ana Madalena Sandes. 

Os e-books trazem um farto material com estratégias bem-sucedidas de inclusão, cases que mobilizaram o mercado e outras informações que podem despertar, ou amadurecer o afroempreendedor. CLIQUE AQUI, cadastre-se e baixe os e-books.  

O fortalecimento dos afronegócios, como todo empreendimento, passa também pela divulgação. E para apoiar os afroempreendedores entrevistados nesta reportagem, o TNH1 vai produzir e divulgar, sem custos, três publicidades, no formato de conteúdo de marca, divulgando o trabalho da Rede Cenafro e a startup Formmer Afro; do Coletivo Nosso Ilê e do Afroyalla.

A matéria será produzida nas próximas semanas, e ganhará características semelhantes àquelas dadas aos nossos parceiros comerciais, com lugar de destaque na home do portal e divulgação nas redes sociais. 

"É muito importante essa divulgação para fortalecer negócios cuja ancestralidade traz a narrativa para a transformação e impacto social. Além disso, é importante esse fortalecimento para trazer diversidade e inclusão no mercado", diz Jonathan Silva, avaliando a iniciativa.

AFROYALLA: Stúdio investe em estética e empoderamento afro

Muito além da estética. Se para qualquer pessoa um simples corte de cabelo ou penteado diz muito de sua personalidade, para negras e negros, o cabelo transcende o campo da beleza sendo também identidade, afirmação.Se ainda na década de 1950 o black power já simbolizava o ativismo negro, hoje, o empoderamento negro está na pauta do dia, e ganha cada vez mais espaço no empreendedorismo, surgindo negócios dedicados essa fatia da sociedade. O número 1415A, da Av. Dr. Júlio Marques Luz, na Jatiúca é um desses espaços onde a estética black ganha espaço, e um trabalho especializado de uma equipe preparada para atender negras e negros da capital alagoana. LEIA O PUBLIEDITORIAL NA ÍNTEGRA.   

Coletivo Nosso Ilê: identidade cultural, afro negócios e empreendedorismo

Inspirados pela trilha de afroempreendedorismo, mentorias, capacitações e consultorias ministradas pelo Sebrae/AL, o Coletivo Nosso Ilê surgiu em 2021. O gatilho que disparou a formação do grupo foi o EmpreendeAfro 2021, ao compreender que o afroeempreendedorismo vai além do Dia 20 de novembro, quando eventos mais amplos acontecem na Serra da Barriga, em União dos Palmares, jogando todos os holofotes para entidades e personagens afrodescendentes. Mas e o e o antes e depois desta data simbólica? “O coletivo é o reconhecimento de que a consciência negra deve ser celebrada durante todo o ano, não apenas no dia 20 de novembro.”, diz a presidenta, Thaísa Torres.  LEIA O PUBLIEDITORIAL NA ÍNTEGRA.