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Coletivo Nosso Ilê: identidade cultural, afro negócios e empreendedorismo

| 24/06/23 - 08h06

► ESTE CONTEÚDO DE MARCA INTEGRA A REPORTAGEM "Afroempreendedorismo: Que negócio é esse?"

Inspirados pela trilha de afroempreendedorismo, mentorias, capacitações e consultorias ministradas pelo Sebrae/AL, o Coletivo Nosso Ilê surgiu em 2021. O gatilho que disparou a formação do grupo foi o EmpreendeAfro 2021, ao compreender que o afroeempreendedorismo vai além do Dia 20 de novembro, quando eventos mais amplos acontecem na Serra da Barriga, em União dos Palmares, jogando todos os holofotes para entidades e personagens afrodescendentes. Mas e o e o antes e depois desta data simbólica? “O coletivo é o reconhecimento de que a consciência negra deve ser celebrada durante todo o ano, não apenas no dia 20 de novembro.”, diz a presidenta, Thaísa Torres. 

Idealizado por Thaisa, o projeto foi abraçado por todos os que estiveram presentes no encerramento do Empreende Afro, é época. “O empreendedorismo das pessoas negras tem sido impulsionado por valores que levam em consideração a ancestralidade e que dialogam com princípios e ideais de pertencimento,  unidade, diversidade, compaixão, empatia, coragem, força, comprometimento, lealdade, justiça, parceria, empreendedorismo, respeito, veracidade etc”, afirma.

Empreendedorismo de necessidade - O Nosso Ilê traz em sua raiz a visão de que a população negra empreende principalmente para sobreviver, gerar renda para sua subsistência. O outro modelo, seria o de oportunidade, quando a motivação parte de uma oportunidade e visão de mercado.

Estudos da GEM e IBQP afirmam 51,3% da população negra que empreende, é por necessidade.

“As pessoas negras ainda são a minoria na maioria dos espaços institucionais públicos; estão em primeiro lugar entre as que têm baixo êxito em seus negócios; são a maioria para empréstimos bancários negados; se destacam também por residir nas piores condições e locais de risco para moradia, e ainda constitui o maior percentual de pessoas analfabetas e desempregadas e são os que mais morrem por doenças e assassinato”, observa Thaísa Torres.

Talento - Mas Thaísa Torres lembra do talento e vocação. Fatores fundamentais para o sucesso de todo e qualquer empreendedor.

“Há essa questão do empreendedorismo por necessidade, mas os que conseguem avançar mostram que também se trata de uma opção de vida, empreendem porque têm vocação, conhecimento, habilidade, criatividade e porque entendem que podem viver do seu negócio", afirma.

TRAGETÓRIA DE PROJETOS E EVENTOS

Desde seu surgimento, o Coletivo Nosso Ilê foi se tornando um ator importante no cenário dos eventos do universo do afroempreendedorismo em Alagoas. Em Junho de 2022 foi realizada a 1ª Feira Afroempreendedora, no Museu da Imagem e do Som, em Maceió, onde durante dois dias foram realizadas palestras, rodas de conversas, apresentações culturais e musicais.

A feira segue modelos de iniciativas como a Feira Preta, que acontece há mais de 20 anos em São Paulo. Hoje o evento é considerado o maior festival afro da América Latina, trata-se de feira para produtos de empreendedores negros ofertando conteúdos, produtos e serviços que representam o que há de mais inventivo, inovador e criativo em diferentes segmentos.

O Nosso Ilê também esteve presente no LAS NEGRAS,  promovido pelo SEBRAE/AL, no dia Internacional da Mulher Negra Latino Americana e Caribenha. Ainda no mesmo ano, o grupo esteve no maior evento de empreendedorismo do Nordeste, o TraktoShow, também com o apoio do SEBRAE/AL.

COLETIVO SEMPRE ABERTO A PARCERIAS

Sendo um coletivo em sua essência, o Nosso Ilê está aberto a novas parcerias. Sejam empreendedores, empresas, grupos de inovação, startups ou mesmo outros coletivos. Como destaca a secretária do "Nosso Ilê", Fabi Soares. 

“Nós, que somos empreendedores, é comum nos sentirmos sozinhos. Crescer só é possível, mas é muito difícil e complicado. Faço parte do Coletivo desde sua criação. Se você é afroempreendedor ou afroempreendedora e está em busca de crescimento e fortalecimento, conheça o Coletivo Nosso Ilê. Estamos abertos para novas propostas de participação em eventos, palestras, feiras, dentre outras atividades que envolvam empreendedorismo e inovação”, convoca. 

"Fazer parte dessa coletividade como afroempreendedor, me fez abrir a mente para enxergar ainda mais longe e fazer meu negócio de consultoria de carreira crescer. Hoje, sei que não estou sozinha e que tenho pessoas fortes ao meu lado. O Coletivo tem essa missão de cuidar dos seus e de fortalecer seus participantes", ressalta Fabi.

Faltam políticas públicas - A presidenta do coletivo ressalta que é preciso investimento em políticas pública para os afro negócios. "O apoio e incentivo é de extrema importância, visto que ainda precisamos avançar em políticas públicas para os afroempreendedores, principalmente de acesso a crédito, formação e capacitação. É uma classe que gera e movimenta a economia do Estado, visto que o afroempreendedorismo movimenta cerca de 1,7 trilhões por ano no país", ressalta Thaísa Torres.

Quer fazer parte ou propor parcerias? Veja como contactar o Nosso Ilê: 

Além do contato no e-mail coletivonossoile@gmail.com e  telefone (82) 98804-5813, é possível conhecer mais do Coletivo e fazer contato pelo Instagram. Confira o perfil. 

AFROFUTURO HUB – startup vai desenvolver afro negócios em Alagoas

Inspirada pelo Coletivo Nosso Ilê, Thaísa Torres, decidiu recentemente iniciar um novo empreendimento, a AFROFUTURO HUB, uma STARTUP de impacto social, pensada por e para pessoas negras com o objetivo de incentivar, desenvolver e potencializar afro negócios.

Mesmo em fase de desenvolvimento, a @afrofuturohub ficou entre as 50 empresas com potencial de negócios, entre mais de 1.000 empresas inscritas no BNDES GARAGEM/2023.

“Empreender é uma forma de emancipação do povo negro, diante da dificuldade de acesso ao mercado de trabalho. Mesmo em fase de desenvolvimento, a Startup Afrofuturo Hub ficou entre as 50 empresas com potencial de negócios, de mais de 1.000 empresas inscritas no BNDES GARAGEM/2023, um dos maiores programas de aceleração e investimos da América latina, para startups. Em Julho, de 2023, acontecerá o evento AFROFUTURAS, mulheres negras que empreendem, promovido pela AFROFUTURO HUB", comemora.

Escritório compartilhado - Entre outras possibilidades, a startup possibilitará ao empreendedor negro um espaço físico com uma estrutura de base para desenvolver seu negócio, no modelo chamado de Coworking, um tipo de escritório compartilhado, que oferece estrutura como computadores, internet e outras ferramentas de trabalho.

“Será um espaço para apoiar quem está começando a empreender, e também para acelerar negócios já existentes. E para muitos a estrutura física é uma complicação. Sala para alugar, contas de luz, água, internet, tudo isso pode inviabilizar o negócio. Será um espaço colaborativo, muito importante para apoiar esses negócios”, explica a presidenta do Nosso Ilê.

Espaço colaborativo vai proporcionar ferramentas para empreendedores negros (Foto ilustração Freepik)

AFROFUTURISMO: VOCÊ SABE O QUE É?

A Afrofuturo Hub traz em seu nome um termo relativamente novo por aqui, mas que tem muito significado para a população preta não apenas no Brasil.

O termo afrofuturismo surgiu em 1994, destacado pelo crítico cultural Mark Dery, em seu ensaio chamado “Black to the Future” (em português “Pretos para o futuro”). Ele defende que pessoas negras também têm muito o que falar sobre tecnologia e cultura que está por vir. O conceito já vinha sendo discutido bem antes da década de 1990, nos Estados Unidos, mas foi só depois de Mark que o movimento começou a ganhar forma e força. 

Obras como Pantera Negra é um exemplo nesse sentido, pois exaltou as raízes negras, abordando assuntos como mitologia, estética negra, africana, high tech, tudo isso inserido na cultura pop de super-herói, colocando em pauta discussões pertinentes ao povo preto.

E por falar em tecnologia, vejamos o que o ChatGPT diz sobre o termo:

"O Afrofuturismo é um movimento cultural, estético e filosófico que combina elementos da cultura africana, diáspora africana e ficção científica para imaginar futuros afrocentrados. Surgiu na década de 1950, mas ganhou maior visibilidade nas décadas seguintes, principalmente através da música, arte, literatura e cinema".

Afrofuturismo é um movimento cultural que usa o conceito da tecnologia para projetar um futuro do ponto de vista da comunidade negra, a partir de obras literárias, musicais, acadêmicas e do audiovisual.