“Vidas Secas” e São Bernardo”, clássicos de Graciliano Ramos, ganham edição unificada

Publicado em 30/03/2024, às 07h14

Redação

O Grupo Editorial Citadel lança, pelo selo Temporalis, edição unificada de dois clássicos do escritor alagoano Graciliano Ramos, “Vidas Secas” e São Bernardo”, que completam em 2024, respectivamente, 90 e 86 anos desde sua publicação.

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Fundamentais para a compreensão do Brasil da época, em especial o Nordeste, os livros mostram desde os poderosos senhores de engenho até a vida sofrida dos retirantes nordestinos que enfrentam a fome, sede, injustiça e opressão dos latifundiários.

Publicada pela primeira vez em 1938, “Vidas Secas” é considerada a obra-prima do Velho Graça, como também era conhecido no meio literário. O livro é um retrato intenso e desolador de uma família de retirantes nordestinos que enfrenta a fome, a sede, a opressão dos latifundiários e as injustiças sociais do Brasil rural.

O sertão nordestino também é o cenário em “São Bernardo”, romance que completa 90 anos em 2024 e é marcado pelo realismo e pela introspecção do protagonista, Paulo Honório. Na obra, Graciliano explora de forma profunda os desejos individuais, as contradições do ser humano e da própria sociedade.

Graciliano Ramos nasceu em 1892, na cidade de Quebrangulo, em Alagoas. Trabalhou nos jornais Correio da Manhã, A Tarde e O Século, então no Rio de Janeiro, retomando para o Nordeste em 1915, devido a uma tragédia familiar em que perdeu quatro irmãos, vítimas de peste bubônica.

Fixou-se na cidade de Palmeira dos Índios, onde se casou, e em 1927 foi eleito prefeito, cargo que exerceu por dois anos. Após publicar seus dois primeiros romances, “Caetés” (1933) e “São Bernardo” (1934), foi preso, em 1936, sob a alegação de que seria comunista, passando por várias prisões, em Maceió e Recife.

Seguiu no porão de um navio para o Rio de Janeiro, onde ficou quase um ano na cadeia. Seu drama e o dos companheiros reclusos seriam relatados em “Memórias do cárcere”, publicado postumamente em 1953.

Em agosto de 1936, ainda na prisão, publicou seu terceiro romance, “Angústia”. Mas é em 1938 que o autor escreve aquela que se tornaria sua obra-prima: “Vidas Secas”, seu quarto e último romance. Morreu na cidade do Rio de Janeiro, em 1953, aos 60 anos.

 

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