Vem de Arapiraca a lição de que, quando há vontade, dá para se fazer algo em favor da natureza

Publicado em 16/11/2023, às 07h48

Redação

Maceió é uma das capitais brasileiras com menor densidade de áreas verdes em seu perímetro urbano, ao contrário, por exemplo, de João Pessoa, reconhecida como uma das cidades mais arborizadas do país

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Por aqui, enquanto a especulação imobiliária vai acabando com o que ainda nos resta em termos de preservação do meio ambiente, não se sente a vontade de conter ou reverter esse quadro por parte do poder público, nem atuação efetiva de instituições ditas em defesa da natureza.

Na sua primeira gestão, há cerca de 50 anos, o prefeito João Sampaio desencadeou uma ampla ação de plantio de árvores no Centro da cidade como forma de atenuar os efeitos do asfaltamento que se implantava nas principais ruas dessa área.

A ação do município fracassou porque comerciantes chegaram ao extremo de jogar água quente nas árvores plantadas nas calçadas para evitar – pasmem – que se crescessem impedissem a visualização dos letreiros das suas lojas.

Anos depois o prefeito José Bandeira conseguiu, pelo menos, o plantio de coqueiros na orla marítima, renovando a tradição urbanística dos coqueirais no nosso litoral, no que foi seguido, em menor escala, por gestores que o sucederam.

Quem tem oportunidade de visualizar Maceió do alto pode constatar que atualmente só existem duas áreas que se destacam pela arborização, na parte baixa da cidade: o Cinturão Verde da Braskem, no Pontal da Barra, e a Lagoa da Anta – que tende a desaparecer com a implantação de um complexo de prédios residenciais, como anunciado.

Em áreas mais afastadas há o Horto Florestal, no Farol, e o Parque Municipal, em Bebedouro. E só, pois até as grotas da antiga Cidade Sorriso estão degradadas com a construção de casas.

Entretanto, quando se quer fazer algo pelo meio ambiente, se faz – mesmo na gestão pública.

É o que está acontecendo em Arapiraca, que inicia a implantação de um parque botânico com a expansão do Bosque das Arapiracas, com a pretensão de transformar o Centro em “área de proteção ambiental, educativa, recreativa, de mobilidade urbana e de fomento à cultura ecológica”, como revela a assessoria de Comunicação da prefeitura, alcançando a Rodovia AL-220.

O projeto prevê uma área ambiental de 506 mil metros quadrados, equivalente a 71 campos de futebol, no perímetro urbano, englobando o Bosque das Arapiracas, o Parque Ceci Cunha e o futuro Horto Florestal.

Que essa louvável iniciativa da Prefeitura de Arapiraca em favor do meio ambiente e da humanização da cidade sirva de exemplo.

A natureza agradece…

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