Redação
O Carnaval está chegando ao fim e, passada a euforia com os festejos, o Brasil volta ao seu cotidiano.
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E ele nos remete às malezas que infelizmente insistem em persistir integradas à nossa realidade – corrupção, violência, impunidade e arroubos de autoritarismo do Judiciário.
Mas o sentimento geral é de que, acima de tudo isso, deve prevalecer a democracia, como explica Wilson Pedroso, consultor eleitoral e analista político, no portal IG
“Desde as eleições presidenciais de 2018, temos percebido a intensificação da polarização política no país, com eleitores cada vez mais divididos. As pessoas estão falando mais sobre ideologia partidária, o que, muitas vezes, resulta em discursos de intolerância e ódio. Apesar da radicalização, há um alento: os brasileiros são unânimes no apoio à Democracia, que tem como algumas de suas principais vertentes a igualdade dos cidadãos perante a lei e o direito ao voto com eleições livres.
Esse cenário fica evidente ao analisarmos os resultados de pesquisas recentes. Em levantamento realizado pelo instituto Atlas Intel e divulgado no último dia 6 de fevereiro, os brasileiros apontam a polarização como maior fator de conflito social no país. As pessoas estão sentindo o impacto das brigas ideológicas no cotidiano de suas vidas, com reflexos nas relações de família, trabalho e amizades.
Segundo mostrou a pesquisa, a divisão social provocada pelas divergências de apoios políticos ficou à frente de questões como, por exemplo, classe social, raça e religião.
Outra pesquisa que nos ajuda a analisar esse cenário e traçar o perfil do eleitorado foi realizada no segundo semestre do ano passado pela APPC Consultoria e Pesquisa, sob minha curadoria. Na época, 47% dos entrevistados declararam ter interesse ‘alto’ ou ‘muito alto’ por política, enquanto aqueles que responderam ter interesse ‘muito baixo’ ou ‘nenhum’ somaram menos de 25% do total.
Além disso, 45% dos eleitores declararam que o interesse por política ‘aumentou’ hoje, em comparação com os últimos dez anos. E mais da metade, 61%, disse que ‘sempre’ ou ‘quase sempre’ costuma conversar sobre política com amigos e familiares. A consulta foi feita no estado de São Paulo, mas é uma amostra importante do comportamento do eleitorado.
Se as pessoas falam mais sobre política e expõe livremente suas opiniões, ainda que muitas vezes radicalizadas, é porque vivem em um estado democrático, que lhes garante exercer o livre direito de expressão. E elas sabem disso.
Se retornarmos à pesquisa Atlas Intel, divulgada agora no início de fevereiro, 62% dos entrevistados declararam ter opinião positiva sobre a Democracia Liberal, contra apenas 16% que avaliam o modelo como negativo. Ou seja, os brasileiros acreditam na importância da preservação dos princípios presentes na Constituição Federal.
Há mais dados que corroboram essa tese. Pesquisa Genial/Quaest divulgada no início de janeiro mostrou que, um ano após os atos de 8 de janeiro, 89% dos brasileiros se posicionaram contrários aos ataques às sedes dos Três Poderes, em Brasília. A estatística nos mostra que, independentemente de apoio ou posição política, os o povo brasileiro reprova atos que possam colocar o estado democrático em risco.
Ou seja, não há espaço para golpes no Brasil. A sociedade tem, sim, defendido, de forma ferrenha, as lideranças políticas que as representam do ponto de vista ideológico, mas não abrem mão da Democracia.”
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