Três anos sem Marília Mendonça: o que sabemos sobre o acidente aéreo que matou cantora e mais 4

Publicado em 05/11/2024, às 16h33
Foto: Reprodução/Redes Sociais -

O Tempo

O acidente aéreo que matou a cantora Marília Mendonça e mais quatro pessoas completa três anos nesta terça-feira (5 de novembro). Além da cantora, morreram no acidente o piloto, Geraldo Medeiros, o copiloto, Tarciso Pessoa Viana, o tio e assessor da cantora, Abicieli Silveira Dias Filho, e o produtor Henrique Ribeiro. O Aeroporto de Caratinga, que seria o local onde ocorreria o pouso da equipe, passa agora por um boom de investimentos. 

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Foram realizadas duas investigações distintas sobre o fato. Uma pelo Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa), vinculado à Força Aérea Brasileira (FAB), que tem foco na prevenção de novos acidentes, e uma da Polícia Civil de Minas Gerais (PCMG), que buscava as causas e responsabilidades sobre a tragédia. 

O primeiro a ficar pronto e ser divulgado foi o do Cenipa em maio de 2023. O documento apontou que a forma como o piloto se aproximou do aeroporto de Ubaporanga, em Piedade de Caratinga, contribuiu para o acidente. O objetivo do Cenipa não é apontar os culpados do acidente. O órgão esclarece que os trabalhos desenvolvidos pelo centro “destinam-se, unicamente, à prevenção de acidentes, na forma como estabelece o Código Brasileiro de Aeronáutica (CBA)”, e que “as investigações realizadas não buscam o estabelecimento de culpa ou responsabilização, tampouco se dispõem a comprovar qualquer causa provável de um acidente, mas indicam possíveis fatores contribuintes que permitem elucidar eventuais questões técnicas relacionadas à ocorrência aeronáutica”. “Dessa maneira, os relatórios finais elaborados pelo Cenipa propõem a implementação de medidas por meio de recomendações de segurança, buscando o aprimoramento da segurança de voo”, diz o comunicado. 

A família do piloto Geraldo Medeiros recebeu com alívio os resultados do relatório final do Cenipa. Ex-esposa do aviador, Euda Dias participou de uma reunião com representantes do centro de investigação. Geraldo tinha mais de 16 mil horas de voo e era considerado um piloto experiente. “Eles falaram que não existia nada que proibisse o piloto de escolher uma rota mais confortável para os passageiros. Foi o que ele [Geraldo] fez”, afirmou. 

A Polícia Civil, por sua vez, considerou que a tripulação foi irresponsável ao mudar o procedimento de pouso. Os investigadores concluíram que os pilotos deveriam ser julgados por homicídio culposo, quando não se assume risco de matar. Por conta do óbito dos pilotos, foi recomendado o arquivamento do processo por extinção da punibilidade. Em nota divulgada à imprensa, a equipe de defesa da tripulação a conclusão da Polícia Civil de Caratinga como sem "fundamento nas provas do inquérito e é até injuriosa com a imagem do piloto e copiloto".

Filho pergunta da mãe

A mãe de Marília Mendonça, dona Ruth, revelou que o neto Léo, fruto do relacionamento de Marília com o cantor Murilo Huff, já começou a fazer perguntas sobre a mãe. “Ele perguntou se a mãe morreu, olhando no meu olho,” compartilhou. Ruth explicou a verdade de forma simples, para que ele entendesse sem sofrer. A avó reforçou que a família lida com o luto e as memórias de Marília, sempre buscando criar um ambiente amoroso para Léo. O desejo de adotar permanece, mas ela acredita que precisa esperar o momento certo para ele.

Três anos após a trágica morte de Marília Mendonça, sua mãe, Ruth Dias, segue com o sonho da filha de adotar uma criança. Ela planeja adotar no futuro, mas espera que Léo esteja mais maduro para compreender.

O menino, agora com quase cinco anos, é descrito por Ruth como o principal motivo para seguir em frente. “Escolhi caminhar. O filho dela está crescendo saudável, com emocional saudável,” afirmou, ressaltando o amor da família por Léo.

Referência no sertanejo

Fenômeno nacional, Marília Mendonça lançou luz sobre o movimento batizado de “Feminejo”. Nas canções, a "sofrência", claro, estava sempre presente. Contudo, entre as lágrimas e lamentações da vida amorosa as letras também promovem o empoderamento feminino. O eu-lírico do sertanejo, que antes era predominantemente masculino, foi modificado e deu lugar à perspectiva feminina.

+ Relembre a carreira da cantora com álbuns 

Na voz da sertaneja, as mulheres viraram as protagonistas das músicas. Elas amam, sofrem, são traídas e são amantes, festejam e bebem. Além disso, vivem desilusões, conquistas e também sonham com o grande amor.


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