Redação
Em toda campanha eleitoral, especialmente para cargos no executivo, as promessas assumidas em palanques – ultimamente, também na mídia e em redes sociais – constituem um compromisso do candidato, mas normalmente são mera retórica.
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Apesar de muitos especialistas defenderem que deveriam ser registradas em cartório e, em caso de descumprimento no exercício da gestão, até importar na perda do mandato adquirido.
A bola da vez é o presidente Lula (PT), como explica o jornalista Wilson Lima:
“Durante a campanha do ano passado, o então candidato Lula (PT) vociferava aos quatro ventos que, assim que tomasse posse, seu governo seria o mais transparente possível e que ele iria acabar com todo e qualquer sigilo da Esplanada dos Ministérios.
E não é preciso ir muito longe para achar esse tipo de manifestação. Em primeiro de julho do ano passado, durante um ato de campanha, Lula disse:
‘O que está acontecendo no Brasil é uma confusão criada pelo presidente da República [Jair Bolsonaro]. Ele agora pegou a mania de qualquer bobagem que ele faz ele decreta sigilo de 100 anos. Ele diz que não tem corrupção no governo dele, mas ele sigilou as coisas do filho dele por 100 anos’.
Na ocasião, o petista fazia referências a agendas e compromissos de Carlos Bolsonaro, o filho do ex-chefe de Poder Executivo.
No debate da TV Globo que encerrou o primeiro turno, Lula disse literalmente o seguinte ao ex-presidente. ‘No dia 2 de outubro, o povo vai te mandar para casa. Farei um decreto para acabar com seu sigilo de 100 anos para saber o que esse homem esconde por 100 anos.’
Lula fez promessas semelhantes em entrevistas e em outros atos públicos.
O tempo passou, e a postura do governo também.
Levantamento feito pelo jornal O Globo, agora de novembro, mostra que apesar de ter prometido ser um poço de transparência, o governo Lula mantém o grau de sigilo de algumas informações no mesmo patamar do governo Jair Bolsonaro. Segundo o jornal, que 7,85% dos 114.237 pedidos de informação recebidos pela União de janeiro até o dia 1º de novembro foram negados. Nos onze primeiros meses da gestão Jair Bolsonaro, o índice de informações ocultas era de 8,21%.
Entre os dados considerados sensíveis pelo time de Lula estão o rol de visitantes da primeira-dama, Janja, gastos com o helicóptero presidencial, com comida no Palácio do Planalto e acesso dos filhos do presidente. Tudo bem semelhante ao que ocorria no governo Bolsonaro.
Nesta semana, o Estadão revelou que auxiliares de Dino – o secretário Nacional de Assuntos Legislativos, Elias Vaz, e o Diretor de Inteligência Penitenciária, Sandro Abel Sousa Barradas – descumpriram a Lei de Conflito de Interesses e não divulgaram neste ano as suas agendas oficiais. Os dois receberam neste ano a visita de Luciane Barbosa Farias, a chamada “dama do tráfico”.
O caso foi alvo de uma denúncia do Novo na Comissão de Ética Pública da Presidência da República. A chance de sair de uma punição de lá é mínima, mas o episódio revela, mais uma vez, que transparência não é o forte do governo Lula.”
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