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O herdeiro e empresário brasileiro Thiago Brennand, que estava foragido desde setembro e havia sido preso ontem nos Emirados Árabes, foi solto, nesta sexta-feira, após pagar fiança. Ele teve que informar endereço fixo e não pode se ausentar do país árabe sem comunicar à Justiça.
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Ele se comprometeu a comparecer às audiências sempre que solicitado e irá responder ao processo de extradição em liberdade, segundo informações da TV Globo, confirmadas pelo UOL. O valor da fiança não foi divulgado. A reportagem entrou em contato com a defesa de Thiago Brennand, que informou que não vai se manifestar.
O empresário havia se tornado réu por agressão após ter sido flagrado em vídeo agredindo a modelo Aliny Helena Gomes em uma academia em um shopping de luxo na cidade de São Paulo.
A prisão de Brennand foi feita ontem em um hotel em Abu Dhabi, capital dos Emirados Árabes, segundo a Polícia Federal e a Polícia Civil de São Paulo.
Mais cedo, a modelo Aliny Gomes descreveu a prisão como um "alívio".
"A prisão é um apoio maior para todas as pessoas que ainda não falaram, que entraram em contato com a gente, mas que tiveram medo de abrir um processo no Ministério Público. São violências de todos os tipos possíveis".
Mais cedo, a Promotoria de Porto Feliz denunciou Thiago Brennand também pelos crimes de estupro, cárcere privado, tortura, lesão corporal e coação durante o processo. É a segunda acusação aceita pela Justiça, após o caso da agressão à modelo em que ele já respondia por lesão corporal e corrupção de menores. A acusação diz respeito a uma única vítima, que não teve a identidade divulgada, e que foi submetida a repetidos estupros e teve as iniciais do empresário tatuadas na pele.
O tatuador, que colocou as iniciais de Brennand na vítima a pedido do próprio empresário, também foi denunciado pelos crimes de tortura e lesão corporal gravíssima. Contudo, ainda não há pedido de prisão contra ele.
Empresário ainda pode ser extraditado
Apesar de ter sido solto, o empresário segue respondendo aos processos e aguarda o processo de extradição. De acordo com a Polícia Civil de São Paulo, o processo deve durar cerca de 40 dias, quando é esperado que o acusado chegue ao Brasil, quando finalmente será ouvido em depoimento.
Em entrevista ao UOL, a delegada Ivalda Aleixo, da Divisão de Capturas da Polícia Civil de São Paulo, diz que o período de espera até a extradição se justifica em decorrência dos trâmites burocráticos entre os países envolvidos, que conta com a participação da embaixada brasileira nos Emirados Árabes. "Há protocolos internacionais que precisam ser cumpridos", diz.
O advogado da modelo Aliny Helena Gomes, Márcio Janjacomo, afirmou que não se espantou com a soltura mediante fiança de Brennand. Ele explica que isso faz parte dos trâmites legais de um processo de extradição. Porém, na segunda-feira, ele entrará em contato com o Ministério das relações exteriores e o Ministério da justiça para oferecer todo o apoio para que esse processo ocorra da forma mais rápida possível.
Segundo Janjacomo, no processo de extradição, a pessoa é chamada pelas autoridades e informada que ela não pode viajar para fora do país, que ela tem que se apresentar e encaminhar informações o tempo todo para as delegacias do país requerente. Ou seja, as autoridades brasileiras e as dos Emirados Árabes estarão monitorando o empresário para que ele não fuja.
"Isso é mais ou menos assim: outro dia ele estava livre, com o pescoço liberado, e hoje tem um laço no pescoço dele e, com o processo de extradição, vai ser puxado esse laço".
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