Saudades do Sujismundo – algumas considerações sobre a responsabilidade em relação às enchentes e alagamentos

Publicado em 20/04/2024, às 08h49

Redação

 

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Ao longo dos meus 50 anos de atividade como jornalista tenho dito, independentemente de quem seja o governante de plantão, que nenhuma cidade está 100% preparada para receber grande volume de chuvas em pouco espaço de tempo.

Nem aqui no Brasil nem em nenhum lugar do mundo.

O mesmo se aplica a Maceió, que em menos de 20 dias recebeu praticamente toda a chuva prevista para o mês de abril inteiro – esta 6a feira (19) pela manhã foi bem um exemplo disso.

No nosso caso, em que a cidade foi implantada numa área pantanosa – a denominação deriva de Massayó, sinônimo de alagadiço no idioma tupi guarani – a situação é pior ainda.

Inclusive pela falta de educação de boa parte da população, que costuma descartar tudo o que não lhe serve em rios, riachos, córregos e praias, além de jogar na rua, literalmente, o que tem em mãos e não tem mais utilidade no momento

Quem nunca viu alguém do interior de um veículo jogar fora papel, lata ou garrafa?

Quem nunca viu móveis, geladeiras, sofás, aparelhos de televisão e outros bens domésticos boiando, por exemplo, no Riacho Salgadinho?

Quem nunca viu pessoas despejando lixo em terrenos baldios?

Alguns cidadãos agem dessa forma e depois vão às rádios, TVs e redes sociais reclamar que a cidade está suja, sem se dar conta de que quando há chuva forte esses descartes inadequados é que entopem bueiros e galerias de águas pluviais, provocando alagamentos.

O caminho mais curto e fácil é dizer que a cidade não está preparada para o período chuvoso e criticar a autoridade responsável.

O poder público tem sua parcela de culpa, quando não limpa periodicamente as galerias e córregos, permite a ocupação desordenada de encostas e não realiza obras de prevenção, como a implantação de barragens para conter enchentes em certos locais..

No mais, gostem ou não os que acompanham meus escritos, a responsabilidade é mesmo do cidadão que voluntariamente emporcalha a cidade e depois faz de conta que não tem nada com isso.

Isso vale para Maceió e para qualquer outra cidade.

Nessas horas bate a saudade do Sujismundo, personagem interessante utilizado pelo governo federal, anos atrás, para difundir na população a necessidade de conscientização para o exercício da cidadania também em relação à limpeza pública.

Sujismundo está fazendo falta nos dias de hoje…

 

 

 

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