Redação
O presidente da Netflix, Reed Hastings, comentou sobre a controversa relação entre a plataforma e o Festival de Cannes. Após a edição de 2017, em que dois filmes do site de streaming concorreram à Palma de Ouro, o evento francês mudou regras e dificultou a presença da empresa. Para desfilar pelo tapete vermelho de Cannes os participantes devem respeitar o prazo de três anos entre a estreia da produção nas salas de cinema e a distribuição online. A Netflix decidiu, então, boicotar o prestigiado evento do cinema.
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“Nos veem como agitadores, e às vezes cometemos erros”, reconheceu Hastings durante um debate no festival “Series Mania” em Lille, no norte da França. “Acho que com o Festival de Cannes chegamos a uma situação mais delicada do que queríamos”. “Adoramos o Festival de Cannes, vamos há muitos anos, este ano temos ainda alguns compradores. O festival quer encontrar realmente um modelo que funcione para eles e para nós, e isso acabará ocorrendo”, acrescentou.
A companhia, que contabiliza 125 milhões de assinantes no mundo, disse que estaria disposta a autorizar a estreia de seus filmes nas salas francesas, mas que não garantia o prazo de 36 meses.
Hastings assegurou que a Netflix não tenta “sacudir o sistema do cinema”. Mas “como nossos assinantes financiam nossos filmes, queremos que tenham acesso a eles rapidamente, e não três anos depois”. “Tratamos nossos filmes como nossas séries, as produzimos diretamente para nossos assinantes e eles não estreiam nos cinemas”, acrescentou.
Para o CEO da Netflix, as plataformas não competem com as salas de cinema: “É como cozinhar em casa, o que não impede de ir às vezes ao restaurante”. No entanto, ele admite que “a regulação é crucial”. “Temos que encontrar como trabalhar nas regras do sistema. É nossa responsabilidade”.
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