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Polícia investiga morte de 9 cães após consumo de petisco em MG e SP

| 02/09/22 - 17h09
| Foto: BHAZ / Arquivo Pessoal

A Polícia Civil de Minas Gerais investiga a morte de sete cachorros que teriam sofrido intoxicação depois de consumirem petiscos da marca Bassar Pet Food. Outras duas mortes, segundo a corporação, ocorreram na cidade de São Paulo e serão investigadas pelas autoridades locais.

Em Minas as sete mortes aconteceram em Belo Horizonte (6) e Piumhi, região centro-oeste do estado. No caso do interior, no entanto, o petisco foi comprado na capital. O animal estava na cidade quando foi atendido por um veterinário e retornou com a tutora para Piumhi, onde morreu.

Os produtos identificados com suspeita de contaminação são o Every Day sabor fígado (lote 3554) e o Dental Care (lote 3467), de acordo com o Mapa (Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento). A pasta determinou nesta sexta (2) o recolhimento nacional de todos os lotes de produtos da empresa. A medida é preventiva, "diante dos riscos iminentes à saúde de animais".

Já a Bassar diz que, "por precaução", iniciou a retirada também do lote 3775 da marca Bone Everyday.

Os animais com suspeita de intoxicação sofreram convulsões, vômito, às vezes com sangue, diarreia e prostração. Exame realizado pela Escola de Veterinária da UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais) em um dos cães apontou falência nos rins como causa da morte e sugeriu, de forma não conclusiva, a presença de etilenoglicol no animal.

Substância da mesma família, o dietilenoglicol, foi encontrada nos consumidores da cerveja Backer, no final de 2019 e início de 2020. Dez pessoas morreram e parte dos sobreviventes ainda sofre com sequelas da contaminação e precisa passar por tratamentos como hemodiálise para problemas renais.

Em nota, a fabricante dos petiscos disse que nunca utilizou o etilenoglicol em sua produção. "Utilizamos apenas o propilenoglicol, um aditivo alimentar presente em alimentos para humanos e animais em todo o mundo. Reforçamos que o propilenoglicol utilizado pela Bassar em seus produtos é adquirido de fornecedores qualificados e renomados, os quais não fornecem somente para Bassar e sim para inúmeras indústrias no ramo alimentar para humanos e animais", afirma o comunicado.

A empresa afirma ainda que funcionários do ministério fizeram inspeções na empresa nos últimos dias "e atestaram que a fábrica atende a todos as normas de segurança alimentar e de produção". "A Bassar adquire esses insumos de empresas idôneas e devidamente registradas no Mapa", segue o texto.

A fabricante declara ainda que não há nenhum laudo conclusivo sobre a causa das mortes dos cães. A empresa diz ser solidária com todos os tutores e que preza pela "qualidade dos produtos e pelo bem-estar e satisfação" dos clientes.

A delegada Danubia Quadros, da Delegacia de Defesa do Consumidor, afirmou que vários lotes dos produtos da empresa foram encaminhados para análise. Disse também que estão em andamento exames toxicológicos nos animais mortos. Não há prazo para que fiquem prontos.

Quadros pede que os donos de cachorros que tenham apresentado problemas após consumo de produtos da marca devem procurar a polícia. "Tutores têm que ter cautela na compra e oferecimento destes petiscos", orienta.

A investigação tem como base lei que pune com dois a cinco anos de prisão a venda de mercadoria imprópria para consumo.