TNH1 com Assessoria
Os corais alagoanos estão sofrendo com o fenômeno de branqueamento e correm sério risco de morte podendo resultar em consequências graves para todo o ecossistema, alerta uma pesquisa do Laboratório de Ecologia e Conservação no Antropoceno (ECOA) divulgada nesta segunda-feira (1º). Entre os dias 24 e 28 de março, pesquisadores realizaram expedições de campo e detectaram o fenômeno nos recifes de norte a sul da costa alagoana, como a APA Costa dos Corais, Maceió e a Lagoa de Jequiá.
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O fenômeno de branqueamento dos corais ocorre quando as altas temperaturas da água faz com que o animal expulse da sua pele as pequenas algas coloridas, as chamadas zooxantelas, que vivem associadas ao tecido agora transparente. Em condições normais da água, as zooxantelas vivem no tecido do coral fornecendo nutrientes em troca de abrigo em uma relação benéfica aos dois, mas quando a água esquenta muito as zooxantelas produzem substância tóxicas e o coral as expulsa.
Pesquisa da Ufal registra branqueamento de corais em Alagoas e avalia impactos para o ecossistema
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O branqueamento dos corais é um dos principais fatores responsáveis pela mortalidade de corais e declínio dos recifes em todo mundo, e vem causando aumento da morte de corais dos recifes alagoanos nos últimos quatro anos.
Em Alagoas, um projeto monitora a saúde das comunidades marinhas e as condições oceanográficas desde o ano passado, e agora confirma a elevação da temperatura da água do mar, que já atingiu 34°C em março de 2024. Isso foi suficiente para causar o branqueamento em cerca de 90% dos corais observados, onde todas as espécies mostraram algum sinal do fenômeno, como o coral-de-fogo (Millepora alcicornis), umas das espécies mais vulneráveis.
Diversas espécies dependem dos corais para sobreviver como peixes, polvos e lagostas, que são importantes fontes de alimento para o ser humano. Pesquisadores avaliam se os corais vão morrer ou se recuperar desse fenômeno e como isso pode afetar as espécies de peixes que vivem associadas a esses corais.
A avaliação, iniciada antes da elevação da temperatura da água em setembro de 2023, é feita analisando os corais no ambiente com fotografia subaquática de alta resolução analisando a intensidade do branqueamento (forte e fraco) em cada espécie de coral, estimando e mapeando a estrutura tridimensional que o coral constrói no solo marinho e identificando e quantificando as espécies de peixes que vivem associadas a esses corais. A avaliação segue até o final do inverno de 2024 quando as temperaturas reduzem.
O projeto de pesquisa é coordenado pelos profs. Dr. Robson Santos e Ricardo J. Miranda da UFAL e financiado pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Alagoas (FAPEAL) e CNPq e conta com a parceria do prof. Dr. Claudio Sampaio do Laboratório de Ictiologia e Conservação (LIC) e a profa. Dra. Taciana Kramer do Laboratório de Ecologia Bentônica (LEB), ambos da UFAL Penedo, todos integrantes do PELD Costa dos Corais. Além disso, o projeto contribui para uma iniciativa de monitoramento nacional do branqueamento liderado pelo Projeto Coral Vivo e apoiado pelo Ministério de Meio Ambiente do governo federal.
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