Segundo o presidente da Petrobras, Jean Paul Prates, a estatal poderia ‘eventualmente’ comprar a participação da Novonor, ex-Odebrecht, na Braskem.
Desde, segundo o dirigente, que não apareça nenhum interessado.
Mas, afinal, por que ninguém compra a petroquímica?
O jornalista Carlos Graieb apresenta alguns argumentos a esse respeito:
“O presidente da Petrobras, Jean Paul Prates, afirmou nesta terça-feira, 7, que ‘não havendo um comprador’, a estatal pode adquirir a participação da Novonor, ex-Odebrecht, na petroquímica Braskem.
O problema estaria no passivo da Braskem em Maceió, onde seus trabalhos de mineração causaram o afundamento do solo de cinco bairros? As indenizações devidas pela empresa chegaram ao montante de 14,4 bilhões de reais.
Há uma outra possibilidade: o obstáculo seria a própria Petrobras, que detém 36,1% do capital da Braskem. Ela ganha força diante das outras declarações de Prates na entrevista concedida à agência epbr.
Segundo o petista, a estatal poderia ampliar sua participação na Braskem até pelo menos 50% do capital, para estar em ‘igualdade de condições’ com qualquer futuro sócio:
‘Essa é a nossa chance de colocar no mínimo o co-controle da empresa, que é muito importante para nós, e na nossa visão de gestão atual, liderada inclusive pelo presidente Lula.’
A outra saída aceitável para a Petrobras seria encontrar um sócio ‘adequado’:
‘Podemos obviamente assistir todo esse processo (de venda), participar dele, e não exercer a opção ao final em função do sócio ser adequado e das proporções e dos acordos serem satisfatórios para nós.’
A Petrobras salva a pele da Novonor se comprar o seu pedaço na Braskem. Ao mesmo tempo, garante o controle estatal sobre o setor petroquímico. Se vender mais tarde uma parte das ações, não se contentará em assegurar ‘no mínimo o co-controle da empresa’, como disse Prates.
Há muito que admirar na Petrobras. Sob o controle do petismo e da elite sindical aliada do partido, no entanto, ela ganha feições perversas, usando o seu peso para deformar o capitalismo brasileiro.”