OAB x Advogados – Os tempos, realmente, são outros no Brasil de hoje em dia

Um dos fundamentos básicos da existência da Ordem dos Advogados do Brasil sempre foi, ao longo da sua existência, a defesa intransigente das prerrogativas dos seus filiados.

Foi, mas ao que parece deixou de ser, pelas manifestações (ou omissões) recentes da própria instituição.

De uns anos para cá, por exemplo, é condenável a omissão da OAB em relação a atos arbitrários e ofensivos até à própria Constituição Federal por parte de integrantes de cortes judiciais superiores.

Ministros togados até instauram procedimentos, apuram, prendem, julgam e condenam pessoas sem lhes permitir o preceito básico e universal da ampla defesa, ante um silêncio sepulcral e lastimável da OAB.

Mas ontem a outrora gloriosa OAB foi mais além, ao inverter os papéis: passou oficialmente para a defesa do teoricamente algoz, quando seu presidente nacional, José Alberto Simonett, oficiou à presidente do STF, Rosa Weber, manifestando solidariedade ao criticar a atuação de advogados no julgamento dos atos de 8 de janeiro.

Diz o ofício encaminhado à ministra:

“A Ordem dos Advogados do Brasil, por seu presidente, vem expressar a plena confiança da entidade na atuação do Supremo Tribunal Federal, especialmente quanto a legítima função de guardiã da Constituição e protetora do Estado Democrático de Direito.

Ao tempo em que reitera sua crença na correta condução dos trabalhos por parte de Vossa Excelência e de todos os Ministros componentes do STF, a OAB se solidariza com o Tribunal ante ataques que sofre pela incompreensão do papel da Suprema Corte ao efetuar julgamentos que ferem interesses.

O discurso de ódio não se coaduna com o necessário equilíbrio que deve pautar a atuação dos poderes e de todos em sociedade. O respeito às instituições é fulcral, quanto mais em momentos de crise.”

Os tempos, realmente, são outros no Brasil de hoje em dia.

E viva a “democracia”…