Redação
A Saraiva, que já foi a maior rede de livrarias do Brasil, demitiu todos os funcionários de suas lojas físicas e agora opera apenas como site de e-commerce, num triste desfecho de um modelo que apostava em megastores e na venda de eletrônicos.
LEIA TAMBÉM
Nos últimos meses a Saraiva vinha fechando suas lojas – desde junho foram cerca de 30 – e mantinha abertas somente as quatro livrarias em São Paulo e uma em Campo Grande (MS). Pior: sem pagamento de verbas indenizatórias aos trabalhadores demitidos.
A escassez de livrarias no Brasil, especialmente da rede pública, é o efeito da falta de compromisso da classe política com a Educação.
Sou de um tempo em que em Alagoas, no governo de Lamenha Filho e de José de Melo Gomes secretário de Educação, os maiores colégios particulares passaram por um momento de grande dificuldade, pois seus alunos correram em massa para as escolas públicas, que tinham um excelente quadro de professores.
Nessa época, ficou difícil encontrar vaga no Colégio Estadual, no Moreira e Silva e no Instituto de Educação, para citar apenas três exemplos de escolas públicas reconhecidas pelo seu alto nível de excelência.
A antiga Escola Técnica Federal de Alagoas – atual IFAL – era outra referência no ensino público gratuito, bem como a Escola Agrícola de Satuba, a maioria dos colégios da rede municipal do Estado e, no ensino superior, a Universidade Federal de Alagoas.
Pouco tempo depois o Brasil passou a viver o período do pragmatismo político, a partir do qual o interesse maior passou a ser o voto. Presidentes, governadores, prefeitos, deputados e vereadores passaram a vislumbrar o cargo de ministro ou secretário de educação como trampolim para garantir a reeleição ou obter um mandato.
O que explica que os próprios políticos, ou alguém indicado por eles, passassem a ser gestores na área de Educação, no que se incluem empresários da rede privada de ensino e até mesmo empresários de outros ramos de atividade que simplesmente almejem um mandato.
O resultado desastroso dessa prática é inquestionável.
É pelo uso político na gestão da Educação, em todos os níveis, que o Brasil vira cada vez mais um país de analfabetos e, por conseqüência, do voto de cabresto, que tanto interessa à classe política dominante.
Para que, então, biblioteca?
LEIA MAIS
Corpo de Bombeiros alerta para riscos no abastecimento de veículos elétricos em garagens no subsolo A pedra no sapato que impede a definição do futuro político do governador Paulo Dantas Casa da Indústria recebe hoje o “1º Workshop Sucroalcooleiro de Alagoas para Descarbonização da Mobilidade” Opinião: “Por que o Brasil bate recorde de recuperações judiciais, mesmo com a economia em crescimento”