Número de transplantes de órgãos cresce, mas continua abaixo do nível pré-pandemia

Publicado em 30/09/2021, às 23h11
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Folhapress

O número de transplantes de órgãos e tecidos no Brasil cresceu 14% de janeiro a junho de 2021 em relação ao mesmo período de 2020. No entanto, ainda não atingiu o patamar de antes da pandemia do novo coronavírus. Foram 10.363 órgãos e tecidos transplantados em 2021, contra 9.052 em 2020. Já em 2019 foram 13.302 transplantes.

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Os dados foram apresentados nesta segunda-feira (27) durante a abertura da Campanha Nacional de Incetivo à Doação de Órgãos e Tecidos do Ministério da Saúde. Segundo dados da pasta, há 53.218 pessoas aguardando por um transplante no Brasil. Os órgãos e tecidos que possuem pessoas aguardando na fila de espera são: rim (31.125), córnea (19.115) e fígado (1.905).

A coordenadora do Sistema Nacional de Transplante do Ministério da Saúde, Arlene Terezinha Badoch, disse que a pasta irá trabalhar com dois eixos estruturantes em relação ao processo de doação e transplante. Para ampliar a doação, a intenção é identificar 100% dos pacientes com morte encefálica e reduzir a recusa familiar. Atualmente, cerca de 23% das pessoas com morte encefálica não são identificadas.

Além disso, ela mostrou que, somente em 2020, 37,8% das possíveis doações não ocorreram por recusa da família. Para ela, se conseguir alcançar o patamar do Paraná de 23,5%, por exemplo, já ocorreria mais 500 doações no país. "Se nós conseguirmos atingir esse índice já teríamos 500 doadores a mais. São trabalhos muito intensos e é diretamente proporcional ao acolhimento e entrevista. Não podemos trabalhar com profissionais que não tenham treinamento e não sejam profissionalizados. Esse é um trabalho muito técnico. É necessário que façamos uma educação continuada para mudar a realidade."

Já em relação a transplante, ela disse que serão trabalhados o acesso e a qualificação, garantindo que todo paciente consiga chegar com precocidade a um centro que realiza o transplante. Segundo o ministro da Saúde substituto, Rodrigo Cruz, a campanha se destaca em dois aspectos. O primeiro é sensibilizar os brasileiros sobre a importância da doação de órgão. Já o outro é fazer com que essa pessoa converse com a família para que ela esteja ciente desse desejo.

"Após [a pessoa] se convencer, ela precisa entender que isso não basta. Ela precisa conversar com a família. A legislação do Brasil diz que a palavra final para doação de órgãos não é da pessoa. Então não basta estar registrado na sua Carteira Nacional de Habilitação, ter um registro em cartório. A família é quem tem que aprovar e dar a palavra final de doação."

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