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Em novembro do ano passado, o presidente do Vila Nova, Hugo Jorge Bravo, fez as primeiras denúncias de manipulação em jogos da Série B que resultaram na investigação do Ministério Público de Goiás e na instalação da Operação Penalidade Máxima, que já tornou réus 24 pessoas, sendo 15 jogadores de futebol.
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O que também motivou o presidente do Náutico, Diógenes Braga, a procurar o dirigente goiano para compartilhar suspeitas que ele tinha sobre alguns jogadores que disputaram a Série B do ano passado pelo Timbu e que poderiam estar envolvidos em esquemas de manipulação. O Alvirrubro foi rebaixado como lanterna da competição.
Diógenes reconhece que, no momento, ainda não conseguiu reunir provas de uma possível participação dos atletas em um esquema de manipulação. E até por isso procurou o presidente do Vila Nova, em busca de orientação de como lidar com a situação.
" Existem outros presidentes que também acreditam que foram vítimas disso (manipulação). Eu acredito que o Náutico foi vítima disso. Não só em um jogo, e não só por um único jogador. Mas infelizmente essas provas nós não temos. Ou ainda não temos", afirmou Diógenes Braga.
- O presidente Hugo Bravo é um amigo que tenho no futebol. E com todo esse desenrolar que aconteceu, ele conseguiu provas muito contundentes, que tiravam dele apenas a situação de suspeita, e ele conseguiu evoluir nessa linha (...) temos conversado com muita gente, de várias entidades, não só presidentes de clubes, no intuito que eles nos ajudem para que a gente possa achar os elementos que provem que também fomos vítimas disso - completou o presidente do Náutico.
Segundo Diógenes, que se mostra um entusiasta da Penalidade Máxima, nenhum dos atletas sob suspeita permaneceu no clube para a atual temporada. O Náutico, no entanto, acabou sendo citado na Operação Penalidade Máxima por conta do zagueiro Paulo Miranda, um dos 15 jogadores que estão sendo investigados pela Operação.
O defensor, que teria cometido participado de manipulações em dois jogos da Série A do ano passado, quando defendia o Juventude, está afastado do clube desde o dia 24 de abril. Mas oficialmente ainda não rescindiu seu contrato com o Timbu.
- Falei pra ele (Diógenes) como foi, tentei entender quais eram suas fontes de informação, o que ele tinha de elementos e tentei auxiliar ele nesse sentido. O que tinha diferente do nosso caso? Nós tínhamos uma pessoa que estava pressionando um atleta e aí conseguimos entrar em contato. Ele tem a suspeita, muito forte, de um atleta que esteve com ele lá, que poderia ter participado de esquemas dessa natureza - afirmou o presidente do Vila Nova Hugo Jorge Bravo.
A revolta de Kuki
Ídolo do Náutico e atual assistente técnico do time profissional, o ex-atacante Kuki já havia levantado suspeita da possível participação de pelo menos um jogador do clube em um suposto esquema de apostas durante a Série B ano passado.
Em uma live em novembro do ano passado, com o radialista Wellington Araújo, o ex-jogador, sem citar nomes, se refere ao jogo entre Náutico e Chapecoense, pela 37ª rodada da competição, quando o clube pernambucano já estava rebaixado.
"Foi uma vergonha o que aconteceu dentro do Náutico. Esquema de jogo no final. Pode ver nas redes sociais do cara, ele ganhava R$ 10 mil no Náutico e andava de Land Rover'', completou.
- É só você olhar o jogo da Chapecoense o que ele fez. Vergonhoso. Eu liguei para Nei Pandolfo (então executivo de futebol do Náutico) e disse: 'Tira agora para desmoralizar'. Quase tive um treco, eu tremia no sofá - afirmou Kuki.
O ge procurou o ex-jogador, mas Kuki disse que não falaria mais sobre o assunto.
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