Redação TNH1
A Justiça de Alagoas negou mais uma vez, na última terça-feira, 4, o pedido de liberdade feito pela defesa do tenente da Polícia Militar Wescley Rafael Ferreira Canuto, preso no dia 24 de agosto durante a operação "Rastro", coordenada pelo Ministério Público do Estado de Alagoas e pela Secretaria de Estado da Segurança Pública (SSP). Ele foi um dos 13 presos por suspeita de ligação com o tráfico de drogas em Alagoas.
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Segundo a assessoria de comunicação do Tribunal de Justiça de Alagoas, a 17ª Vara Criminal confirmou a decisão no sentido de manter a prisão temporária e que não pode passar informações do caso, que está em sigilo.
No último dia 8 setembro, ao pedir o habeas corpus, a defesa do militar argumentou que "não existem elementos razoáveis para justificar o possível cometimento do referido crime por parte do acautelado, mesmo porque, no momento da busca e apreensão no imóvel do Paciente somente foram confiscados o aparelho celular pessoal deste e uma arma de fogo de propriedade da Polícia Militar de Alagoas, a qual estava sob sua custódia, não sendo encontrados nenhum outro objeto que pudesse comprovar a relação do Paciente com a organização criminosa investigada".
Sustenta ainda que o tenente possui residência fixa, bons antecedentes criminais e não foi demonstrado que ele colocará em risco a aplicação da lei penal ou a conveniência da instrução criminal. E salienta que ele possui um filho menor de 12 anos, sob seus cuidados, o que reforçaria a possibilidade de conceder a prisão domiciliar.
Na ocasião, o desembargador José Carlos Malta Marques negou o pedido. "Após diversas diligências investigatórias, colhidas através do aplicativo de mensagens WhatsApp, foi possível denotar indícios de uma possível participação do paciente numa organização criminosa destinada ao tráfico de drogas, associação para o tráfico, fabricação e comercialização de armas de fogo, dentre outros crimes, funcionando o agente, ainda, como uma espécie de proteção policial para a citada articulação delitiva", diz trecho da decisão. Veja o restante na íntegra, no fim da reportagem.
A operação - De acordo com o Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), os suspeitos já haviam se preparado para expandir o comércio ilegal de entorpecentes e armas para diversos outros bairros da capital, uma vez que esse mercado ilícito tem crescido consideravelmente. Foram identificadas 19 pessoas, todas envolvidas nos mais variados crimes, contendo inclusive indivíduos de dentro do sistema prisional e reeducandos que já haviam sido postos em liberdade.
As forças de segurança cumprem 19 mandados de prisão e 13 de busca e apreensão. E todos eles foram expedidos pela 17ª Vara Criminal.
O nome de Rastro foi escolhido em decorrência da organização criminosa ser extremamente cuidadosa e deixar apenas pequenos vestígios de informações, sendo necessário para a equipe de investigação seguir e analisar esses fragmentos de dados para chegar aos conjuntos de provas. Participaram da operação policiais militares do Bope e da Rotam. Pela Policia Civil participam policiais do Tigre e do Denarc.
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