José Dirceu volta à cena política defendendo dois novos mandatos presidenciais para o  PT

Publicado em 04/04/2024, às 18h02

Redação

 

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Líder estudantil preso político pela ditadura militar e exilado do Brasil numa negociação de grupos “terroristas” com o regime da época, José Dirceu voltou ao país com a conquista da redemocratização.

Hábil estrategista, tornou-se uma referência do PT, elegeu-se deputado federal e se tornou ministro quando o partido chegou ao poder.

Saiu pela porta dos fundos, preso sob acusação de corrupção, e ganhou a liberdade no rolo compressor que tirou da cadeia todos os punidos pelos escândalos do Mensalão e da Operação Lava Jato.

José Dirceu à ribalta política como personagem marcante em evento da Câmara dos Deputados para lembrar os 30 anos do golpe militar de 31 de março.

E tem em mente uma proposta para que, após este terceiro mandato do presidente Lula, o PT mantenha-se no poder por pelo menos outras duas gestões, como explica a jornalista Madeleine Lacsko:

“José Dirceu está de volta ao cenário político definitivamente. Foi recebido com pompa e circunstância na mesma Câmara dos Deputados que o tocou de lá há quase 20 anos. Não é qualquer coisa, pode mudar o destino do governo Lula.

Estamos falando de um estrategista mais eficiente que todos os participantes do atual governo. Ele tem uma visão de mais dois mandatos para o PT e assinala que o partido não venceu apenas uma eleição, chegou ao poder. São coisas diferentes. Quem entende de política já sabe o que ele quer dizer.

A situação da volta de Dirceu é confortável. Não houve revolta popular contra ele e nem a imprensa bateu muito. Fora uns poucos moicanos, ou se tratou como a coisa mais normal do mundo ou nem se noticiou. Ele reaparece no momento em que a história da Lava Jato está sendo reescrita. Daqui a pouco, vão reescrever também a do Mensalão.

O povo sabe o que ocorreu, os vídeos estão aí. Mas a história oficial parece ser outra e parte do jornalismo reproduz a narrativa como se fosse verídica.

O eleitorado brasileiro, diante desse tipo de fato, oscila entre duas posições. A primeira é a passividade, perguntar o que pode fazer, alegar que nada pode fazer diante dos desmandos dos poderosos. A outra é começar a se interessar por política mas fazer de uma maneira tão emocional e despreparada que bota tudo a perder.

Muita gente que começou a se interessar por política sabe tão pouco do assunto que é incapaz de perceber o quanto não domina. Acontece com vários temas. Quando nada sabemos e aprendemos só um pouquinho, imaginamos entender do que se trata. Já se resolvemos estudar mais, todo um universo se descortina e começamos a perceber o quanto nos falta para dominar o tema.

É por não entender nada de política mas achar que entende que o brasileiro oscila entre populismos. Imagina que, diante da malignidade de um populista, só outro do mesmo tamanho pode combater. Isso não existe. Um populista não combate o outro, o populismo só fortalece o populismo, que é o avesso da democracia.
Exatamente por acreditar em populistas estamos aqui. A nossa democracia é cada vez mais aliada das ditaduras.
A história recente está sendo reescrita para blindar corruptos e punir quem os processou. Continuar fazendo as mesmas coisas com relação aos políticos não vai nos dar resultados diferentes.”

 

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