Redação
O governo Lula (PT) sofreu, sem dúvidas, um revés com a formação das principais comissões da Câmara dos Deputados.
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Entretanto, o próprio chefe do governo admite que na prática os resultados possam lhe ser favoráveis, em função de um acordo que teria sido firmado entre o próprio Lula e o presidente da Câmara, alagoano Arthur Lira (PP).
É o entendimento do jornalista Tales Faria, colunista do portal UOL, reconhecendo a força do cargo exercido por Lira:
“O governo admite que o poder de fogo da oposição ficou além do esperado com a definição de que o PL presidirá a Comissão de Constituição e Justiça da Câmara (CCJ).
No entanto, o Palácio do Planalto aposta que o problema será minimizado graças ao acordo de cooperação mútua acertado entre o presidente Lula e o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL).
Neste encontro, Lira garantiu apoio na tramitação dos projetos prioritários do governo neste ano, especialmente aqueles ligados à economia. Em troca recebeu a promessa de boa vontade do Planalto na escolha de seu sucessor no comando da Casa, assim como na campanha eleitoral em Maceió.
Na distribuição do comando das comissões permanentes da Câmara, além da CCJ o PL também conquistou outra comissão importante: a de Educação.
Na avaliação de um líder governista ouvido pela coluna, a situação na Comissão de Educação não ficará totalmente fora de controle, apesar de o bolsonarista radical Nikolas Ferreira (PL-MG) ter sido indicado para presidir o colegiado.
‘A maioria dos integrantes dessa comissão é composta por deputados ligados há tempos ao setor e contrários às ideias do Nikolas. Ele será enquadrado’, disse o líder governista.
O caso da CCJ, sim, é considerado preocupante, porque a indicada pelo PL, Carolina de Toni, é outra bolsonarista raiz. Caberá à presidente do colegiado definir a pauta de votações da principal comissão da Casa.
Todos os projetos passam pela CCJ, exceto aqueles com o carimbo de ‘urgência constitucional’ do Palácio do Planalto e os enviados a comissões especiais por abordarem temas de mais de quatro comissões permanentes.
Como Arthur Lira é quem define a pauta de votações do plenário geral da Câmara, a expectativa do Planalto é de que ele segure os projetos mais delicados contra o governo que vierem da CCJ.
Já os projetos com ‘urgência constitucional’ têm tempo determinado para serem votados em plenário, independentemente da pauta na CCJ. Pelo contrário, se não forem votados eles seguram a fila de votações.
Para o governo, ficou claro que Lira está disposto a ajudar a diminuir o poder da CCJ nas articulações para a definição da Comissão de Saúde.
O próprio líder do PL na Câmara, Altineu Côrtes (RJ), admite que o partido preferia o comando desta comissão em vez da Educação. Mas a Comissão de Saúde acabou ficando para o PT, segundo Côrtes, ‘porque o União Brasil nos atrapalhou, ajudando o governo’.
O líder do União Brasil, Elmar Nascimento (BA), é muito ligado a Arthur Lira e o candidato predileto do presidente da Câmara à sua sucessão.”
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